Continua a Pressão Imperialista dos EUA

Nas últimas semanas, longe de arrefecer, a pressão militar dos EUA sobre a Venezuela se intensificou. Reforçam essa percepção a reativação de uma base militar em Porto Rico, o prosseguimento dos bombardeios a embarcações e o aumento da presença das forças armadas estadunidenses no Caribe.

Trata-se da maior mobilização de recursos e tropas dos EUA na América Latina desde a invasão do Panamá, em 1989, o que sinaliza que uma intervenção direta é cada vez mais iminente.

As formas que esse ataque pode assumir são diversas, indo de bombardeios até o auxílio logístico a forças internas de oposição. Essa pressão tem o objetivo claro de desestabilizar o governo e criar fissuras no aparato militar e nas forças sociais que o apoiam.

As justificativas para a intervenção são absurdas e mentirosas. O uso da nomenclatura “narcoterrorismo” é uma piada de mau gosto, pois o objetivo é nitidamente político: eliminar um governo com postura independente, substituí-lo por uma liderança subserviente e permitir a exploração sem entraves das enormes reservas petrolíferas venezuelanas. Além disso, os EUA buscam eliminar da América do Sul um dos principais eixos de conexão com a China e a Rússia.

Enfrentando o declínio de sua hegemonia global, acelerado pela ascensão da China, os EUA aumentam a pressão sobre as áreas que consideram seu “quintal”. Para Washington, torna-se inaceitável a existência de qualquer governo soberano com um projeto alternativo.

Já no Brasil, setores da extrema direita que defendem a reclassificação das organizações criminosas como “narcoterroristas” não têm como objetivo real combater o crime. Seu intuito é abrir um precedente legal para justificar uma futura intervenção dos EUA no país, revelando assim seu caráter entreguista de traidores nacionais.

Neste momento, a Venezuela é um ponto central da geopolítica sul-americana. Independentemente do que se pense do governo Maduro, nossa solidariedade deve estar ao lado do povo venezuelano, que sofre com esta agressão imperialista e vê sua soberania ameaçada.

É um erro, portanto, a postura atual do governo Lula, que, após vetar de maneira incompreensível a participação da Venezuela nos BRICS, permanece em silêncio diante dessa agressão a um país vizinho e soberano. Toda a esquerda brasileira, da moderada à esquerda radical, deve prestar apoio ativo e militante ao povo venezuelano e pressionar o governo a condenar, de forma enérgica e inequívoca, essa escalada belicista.

A luta da Venezuela, hoje, não é apenas dos venezuelanos; é a luta de todos os povos latino-americanos. O objetivo do governo Trump é consolidar uma política de intervenção e submissão em nossa região. Hoje é a Venezuela; amanhã, pode ser o Brasil.

Max Marianek
Graduado em História
Funcionário Público