Participação dos pequenos mostra que a cultura do samba está viva nas novas gerações
Desde o primeiro dia do Carnaval em Mauá chamou a atenção o grande número de crianças presentes à festa. Fantasiadas, com roupas comuns, participando dos desfiles das escolas ou apenas brincando ao lado dos pais na calçada, elas deram colorido e alegria aos quatro dias de folia.
“O que vimos na avenida neste ano foi um conceito familiar da festa. O grande número de crianças participando ajuda a tirar o estigma de algo proibido, obsceno, que o Carnaval já teve. As famílias brincam juntas, e assim desenvolvem as novas gerações na cultura do samba”, analisa o prefeito Donisete Braga.
Um bom exemplo é Eduardo Souza Santana, de 11 anos, que toca tamborim na Unidos do Sílvia Maria. O menino faz parte da bateria da escola há três anos, e tem um professor para lá especial: o pai, Carlos Próspero. Próspero é coordenador de um projeto social da região, e dá aulas para crianças que queiram ser ritmistas de escolas de samba. “Eu quis aprender porque gosto de samba, e acho interessante tocar na bateria”, explica o simpático Eduardo, emendando que o instrumento que mais gosta é o repique.
Outra que chegou à escola de samba levada pela família é Jamile Aisha, de 10 anos. Ao lado da mãe, Simone Rodrigues Gregório, no desfile da Dragões da Nova Mauá, ela conta que vai sempre que pode às festas da escola pois gosta muito de sambar. A paixão e o talento são tão evidentes que a menina também desfilou em uma segunda escola, a Ordem e Progresso. Já a graciosa Maria Eduarda, de 4 anos, dançava com desenvoltura no desfile da Dragões ao lado da tia, Cláudia Fernandes. Cláudia diz que essa foi a primeira vez da menina na avenida, mas em casa a passista mirim já se revela: “Ela dança tudo, sempre”.
Na plateia, a fofa Sabrina de Souza Lima, de 1 ano se destacava por estar com a mesma fantasia de uma das alas da Ordem e Progresso. “É que a avó e a irmã dela estão desfilando, então resolvi enfeitá-la também”, fala a mãe, Elaine Santos de Souza.
Desfilando com a Beira Rio, João Victor de Almeida, de 11 anos, é mais um exemplo de quão familiar foi o Carnaval de Mauá em 2014. Cadeirante, ele se divertiu a valer na escola do Parque São Vicente ao lado de seu irmão, Guilherme.
Com sua energia e inocência, as crianças de Mauá deram uma nova cara à festa mais popular do país, mostrando que, no que depender delas, o samba segue muito vivo.