Circo do Asfalto fará turnê de dois meses e produzirá curta-metragem e exposição de fotos sobre a viagem no Teatro Cacilda Becker, em junho
Conhecido em São Bernardo pelas frequentes apresentações no Parque Raphael Lazzuri, na Avenida Kennedy, o grupo Circo do Asfalto, formado pelo quinteto Douglas Marinho, Fran Marinho, Ricardo Avellar, Rafael Munhoz e Téo Marinho está de malas prontas para uma turnê de dois meses com o espetáculo Chico no Circo. De 20 de março a 26 de maio, a trupe percorre 15 cidades do entorno do Rio São Francisco com apresentações gratuitas, oficinas de iniciação às artes ci rcenses e ensino de novas técnicas aos já iniciados na arte de divertir o público. Buritizeiro (MG), Lagoa Grande (PE) e Piaçabuçu (AL) estão entre as cidades a serem visitadas.
No retorno a São Bernardo, o grupo, que já desenvolve projetos em parceria com a Secretaria de Cultura do município, apresentará no Teatro Cacilda Becker, nos dias 6 e 7 de junho, um curta-metragem retratando a vida do artista de circo dentro e fora do picadeiro e fará exposição com fotos sobre as oficinas e apresentações realizadas durante a viagem. A equipe também vai produzir e apresentar na cidade novo espetáculo a ser concebido com base na viagem.
O grupo participou de um site (catarse.me/brasilis) que promove o financiamento coletivo de projetos ligados à cultura para levantar os recursos necessários à viagem. A alimentação e a hospedagem serão custeadas pelas prefeituras das cidades que se interessaram pelo espetáculo. As apresentações duram cerca de uma hora, contam com números de acrobacia de solo, aérea, malabaris, contorcionismo e manipulação de bonecos.
Segundo Fran Marinho, 29 anos, a escolha de regiões remotas do “Velho Chico” se deu por único motivo: levar a arte a quem dela é carente. “Em São Paulo ou em outros grandes centros, se assiste de tudo. Queremos levar a arte para onde ela não existe, para que os moradores dessas regiões também possam ser favorecidos. Poderão ter a mesma satisfação que os que podem pagar para ir ao circo tradicional”, disse.
Pedagoga, Fran faz papel de palhaço nas apresentações e, juntamente com o marido Douglas, está ensinando ao filho Téo, 3 anos, as artes circenses. O menino já participa de algumas das apresentações dos pais. O casal está na estrada desde 2009 e deu os primeiros passos na profissão a partir dos cursos de iniciação da Coordenadoria de Ações para a Juventude (CAJUV) da Prefeitura de São Bernardo.
“Começamos a fazer alguns cursos e foi na CAJUV que nasceu o interesse pelo circo. Desde então, não paramos mais. Fizemos cursos na Escola de Circo de São Paulo, Rio de Janeiro e outros de especialização na Argentina e no Chile”, conta o malabarista Douglas.
Nenhum dos integrantes vem de família com tradição em circo, mas a paixão pelo que ele representa os uniu na arte de fazer sorrir. “A diferença é que não tem a lona, mas procuramos manter a essência, a magia do circo, mesmo estando em um espaço às vezes aberto, como a rua. Trabalhamos pela democratização da arte”, completa Fran.
Também malabarista e fotógrafo profissional, Ricardo Avelar, 29, será responsável pelo documentário a ser produzido ao longo da viagem. Ele integra o grupo desde sua formação, em 2009.