Parceria entre prefeituras de São Bernardo, Santo André e Mogi das Cruzes possibilita nova atividade turística na Região
Parceria entre as prefeituras de São Bernardo do Campo, Santo André e Mogi das Cruzes possibilita mais uma atração turística. Isso porque, neste sábado (21) será lançada a rota ecoturística Caminhos do Sal, antigo percurso da época colonial brasileira que cortava a região para transportar o sal que chegava pelo Porto de Santos. O evento faz parte da programação especial de atividades do Mês do Meio Ambiente.
No sábado, às 9h, dois grupos de ciclistas sairão do bolsão de estacionamento do Polo Ecoturístico Caminhos do Mar, em São Bernardo, e de Taiaçupeba, em Mogi das Cruzes, percorrendo o trecho da rota até a Vila de Paranapiacaba, onde, a partir das 12h, será feito o lançamento da rota. Para participar, os interessados podem se inscrever pelo telefone 4367-6461. A atividade é gratuita.
No total, a rota Caminhos do Sal terá extensão de 53,5 quilômetros, entre São Bernardo, Santo André e Mogi das Cruzes. O percurso poderá ser feito em sua totalidade ou então percorrendo os diferentes trechos que o compõem: o Caminho do Zanzalá (16 quilômetros, entre São Bernardo e Santo André), o Caminho dos Carvoeiros (10 quilômetros, em Santo André) e o Caminho de Bento P onteiro (27,5 quilômetros, entre Santo André e Mogi das Cruzes). Os trajetos poderão ser percorridos a pé ou de bicicleta. Haverá sinalização turística, o que permitirá fazer o passeio por conta própria ou com o acompanhamento de monitores.
O secretário de Gestão Ambiental de São Bernardo, João Ricardo Guimarães Caetano, explicou que o objetivo da rota Caminhos do Sal é criar produto ecoturístico que contribua com a preservação do patrimônio natural e histórico e que fomente a economia da região. A rota oferece belas paisagens e vários atrativos para cicloturistas e pessoas que gostam de longas caminhadas.
Caminho para o Planalto – A rota Caminhos do Sal foi uma das primeiras trilhas no Planalto paulista no início da ocupação do território pelos portugueses. Conhecido como Zanzalá, o percurso, que ligava São Bernardo a Mogi das Cruzes, foi aberto em 1640 para transporte de sal, produto estratégico na época para sobrevivência dos povoamentos. Mais tarde, tropeiros passaram a utilizar o caminho para desviar dos impostos cobrados pelo comércio de pedras preciosas. Em 1722, o rei de Portugal ordenou o bloqueio do Caminho do Zanzalá, fato que contribuiu para que o tra jeto fosse esquecido.
A retomada do percurso resgata alguns trechos originais do Caminho do Zanzalá, além de proporcionar abordagem simbólica do caminho. O Caminho dos Carvoeiros retrata parte da história marcada pela extração de madeira para os fornos das olarias dos núcleos colônias de Ribeirão Pires e São Caetano, e a produção de carvão para atender ao crescimento acelerado da Capital e de Santos no fim do século 19. Atualmente, esse trecho possui mata em estágio pioneiro de regeneração, com muitos manacás.
O Caminho do Bento Ponteiro resgata o trecho percorrido por um comerciante que no mesmo período saiu de Mogi das Cruzes para se instalar na Parte Alta da Vila de Paranapiacaba, em Santo André. Como construiu pontes em sua mocidade, era conhecido por ‘Ponteiro’.
A rota Caminhos do Sal, agora como atração turística, possibilita aos interessados o entendimento da dinâmica dos deslocamentos durante a exploração colonial, momento de formação do atual território do ABC e do município de Mogi das Cruzes.