O ABC registrou queda de meio ponto percentual na taxa de desemprego, ao passar dos 13,6%, em agosto, para os atuais 13,1%. Ao mesmo tempo, as demais regiões mapeadas na Grande São Paulo apresentaram elevação ou estabilidade quanto ao número de desempregados. As informações são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED ABC), realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal Gde ABC, e divulgadas nta quarta-feira (28) na sede da entidade regional.
Para o assessor técnico do Dieese, Thomaz Ferreira Jensen, os dados são ainda mais positivos quando se leva em conta o atual momento da economia brasileira. “A melhora no segundo semestre é esperada, mas o ritmo foi surpreendente no ABC, principalmente se lembrarmos do quadro econômico desfavorável enfrentado atualmente”, destacou.
Região Metropolitana
O contingente de desempregados foi estimado em 182 mil pessoas, 6 mil a menos do que no mês anterior. Este resultado decorreu do aumento do nível de ocupação (geração de 18 mil postos de trabalho, ou 1,5%) em número superior ao crescimento da População Economicamente Ativa – PEA (ingresso de 12 mil pessoas na força de trabalho da região, ou 0,9%).
Entre agosto e setembro, nos domínios geográficos para os quais os indicadores da PED são calculados, a taxa de desemprego total elevou-se nos demais municípios da RMSP, exclusive a capital (de 14,4% para 14,9%) e, em menor proporção, na RMSP (de 13,9% para 14,2%) e permaneceu estável (13,6%) no município de São Paulo.
Na Região do ABC, o contingente de ocupados aumentou 1,5%, passando a ser estimado em 1.211 mil pessoas. Setorialmente, esse resultado decorreu da elevação do nível de ocupação nos Serviços (2,7%, ou geração de 18 mil postos de trabalho) e no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (4,6%, ou 9 mil), enquanto houve redução na Indústria de Transformação (-1,9%, ou eliminação de 5 mil postos de trabalho).
Para o secretário Executivo do Consórcio, Luís Paulo Bresciani, os sinais positivos indicam que o número de desempregados pode continuar caindo. ‘’Não temos um cenário configurado. O segundo semestre costuma reverter a curva e setembro tem comprovado isso. Há sinais bons para que desemprego apresente redução dentro da região”, avaliou.
Segundo posição na ocupação, o número de assalariados permaneceu em relativa estabilidade (0,2%). No setor privado, variaram positivamente os contingentes de empregados com e sem carteira de trabalho assinada (0,4% e 1,2%, respectivamente).
No setor público, o número de assalariados diminuiu em 2,8%. No mês em análise, reduziu-se o contingente de autônomos (-0,5%) – com retração dos que trabalham para empresas (-7,1%) e crescimento dos que trabalham para o público (6,5%) – e elevou-se o dos ocupados nas demais posições (7,4%).
Em setembro, a média de horas semanais trabalhadas manteve-se estável entre os ocupados e os assalariados (41). A proporção dos que trabalharam mais de 44 horas semanais reduziu-se para os ocupados (de 29,2% para 28, 0%) e assalariados (de 26,0% para 24,6%).
Entre julho e agosto de 2015, mantiveram-se relativamente estáveis os rendimentos médios reais de ocupados (0,1%) e assalariados (0,3%), que passaram a equivaler a R$ 2.054 e R$ 2.133, respectivamente. Apesar da recuperação, o técnico da pesquisa ressaltou que o custo de mão de obra no Brasil está mais barato que o dos vizinhos da América do Sul.
“Isso se dá por conta da desvalorização do real. O ABC é tido como um dos locais com melhores remunerações no país, e por conta desse componente acaba não espelhando o cenário nacional”, comentou Thomaz.
Diminuiu a massa de rendimentos dos ocupados (-1,2%) e praticamente não variou a dos assalariados (-0,2%). No caso dos ocupados, tal resultado deveu-se à redução do nível de ocupação, uma vez que variou positivamente o rendimento médio real, e, entre os assalariados, a relativa estabilidade decorreu, principalmente, da redução do nível de emprego.