Nos últimos tempos a cultura brasileira, particularmente, tem caído no encantamento da igualdade, da vulgaridade e da trivialidade. Manifesta-se na obsessão ao perigo, nas distorções sexuais, nas neuroses sexuais ou no monopólio do feminismo e na micro-ética das minorias segundo educadores do renomado saber. Caminha a estrada que anula a polaridade, as diferenças da natureza humana. Supervaloriza os Direitos Humanos, a nova consciência do mundo. Desconsidera as tradições legítimas da História nacional. Desviou-se para a mistificação ou para a mística estatal do coletivismo como a única solução de todos os problemas sociais. A magia que tudo resolve!!! A cultura não é corrupção, nem puro acaso, nem liberalismo. Desde seu primeiro desenvolvimento, a cultura é primoroso instrumento de liberdade. Liberdade controladora de fazer a revolução de que tanto precisamos. Liberdade a verdadeira percepção criativa de uma nova ordem necessária dentro da moralidade do ser ou do agir. Ela, a liberdade, deve ser entendida como o melhor meio ou motivo de reivindicar “direitos”, sem esquecer que o dever é a “1ª garantia”, pressuposto criador dos direitos.
Mas, a mistificação da cultura brasileira, chama de “liberdade”, tudo aquilo que é, apenas, revolta, rebeldia, desordem e anarquia… Ora ser livre é “querer consciente”, não “pensar ou pensamentos livres”. Liberdade é conscientização, responsabilidade. É criar possibilidades essenciais que a vida reclama com um fim a alcançar. Liberdade não é desejo, nem uma ideia, nem verbalização intelectual. Liberdade é valoração que dá sentido à vida humana. Os proclamados Direitos Humanos conseguiram transformar a liberdade inimiga dos deveres, embora saiba que só nos animais, não há deveres a cumprir para a sobrevivência de sua espécie. A mistificação da cultura ou mística estatal, no Brasil, até conseguiu criar museus, academias, instituições ou fundações e “bolsas” transformando-as em “verdadeiros quintais amigos”, a custa do erário público, vivendo “a sombra dos porões”. Conseguiu manipular greves, passeatas, invasões de escolas, destruindo o patrimônio público, quando contrariados em seus escusos propósitos, tudo a custa da “liberdade de pensamento” ou da “liberdade de expressão”. Enfim, a mistificação da cultura esqueceu que o Direito, em verdade, nasce dos Deveres, cujo fim é a demarcação dos limites da Liberdade impostos para o exercício da plena e legítima cidadania.
Ítalo Dal’Mas: trecho da obra “Mistificação da cultura” (a publicar) e autor da “Pena de Morte e Direitos Humanos” publicado em 1ª edição em 2016.