Hospital da Mulher debate doença pulmonar em bebês

Fórum de Atualização em Doenças Pulmonares no Recém-Nascido, dia 7 de dezembro, é aberto a profissionais interessados

Hospital da Mulher debate doença pulmonar em bebêsResponsáveis por boa parcela de internações nas UTIs, as doenças pulmonares afetam também recém-nascidos — prematuros ou não — e se manifestam de forma diversa, comprometendo o desenvolvimento da criança. A hipertensão pulmonar, por exemplo, é frequente em bebês de termo limítrofes, ou seja, aqueles que têm quase nove meses, e pode levar a sintomas graves com necessidade de suporte ventilatório. A incidência da hipertensão pulmonar persistente chega a afetar 1,9 bebê por mil nascidos vivos, segundo estudo da médica Cleide Suguihara, da Faculdade de Medicina da University of Miami.
Para reciclar conhecimentos e debater as novidades na área, o Hospital da Mulher de Santo André promove evento gratuito a profissionais de saúde no próximo 7 de dezembro, das 8h às 12h45, em seu anfiteatro. O encontro dá direito a certificado e busca reunir principalmente médicos neonatologistas, infectologistas e pneumologistas, alunos e residentes na área, fisioterapeutas e enfermeiras neonatais.
“Para que se possa oferecer tratamento adequado desses pacientes, é fundamental conhecer os mecanismos que regulam o sistema pulmonar seja fetal ou pós-natal”, afirma Dra. Vanessa Aguiare Lopes, coordenadora de neonatologia do Hospital da Mulher Maria José dos Santos Stein, gerido pela Fundação do ABC. Mais informações e inscrições pelo kcristina@hospitadamulher.org.br ou pelo tel (11) 4478-5043
Imaturidade pulmonar: Entre as doenças pulmonares mais comuns em recém-nascidos está a síndrome de desconforto respiratório, que ocorre por causa da imaturidade dos pulmões. O tratamento passou por avanços desde a chegada nos anos 1950 do surfactante, uma medicação administrada na traquéia do recém-nascido, diretamente nos pulmões. “Desde então, a síndrome tem sido estudada e aprimorada, melhorando a sobrevivência de bebês prematuros, bem como ampliando o limite de peso e idade para se tornar viável. No Hospital da Mulher, conseguimos tratar recém-nascidos com sucesso desde peso de nascimento de 500 gramas. Essa é a média da maioria dos hospitais de São Paulo”, cita Dra. Vanessa Lopes.
Outra patologia é a síndrome de aspiração meconial. Ocorre quando o recém-nascido apresenta eliminações ainda dentro da barriga da mãe e acaba aspirando alguma quantidade de líquido meconial. A sintomatologia também pode variar, apresentando casos graves, com necessidade de internação em UTI neonatal. Já a broncodisplasia pulmonar é uma inflamação crônica do pulmão de prematuros que ficaram muito tempo em uso de oxigênio. “Essa doença é muito estudada por ainda não haver tratamento resolutivo conhecido. O que temos são conjuntos de medidas para tentar melhorar o quadro. Portanto, novas pesquisas e estudos estão constantemente sendo realizadas”, afirma a neonatologista.
A pneumonia causada pela bactéria estreptococo tipo B pode estar presente na flora vaginal da mãe, sem sintomas. Porém, para o recém-nascido, pode causar quadro de pneumonia grave. O Brasil tem buscado implantar programa de triagem para diagnosticar a presença do estreptococo B na mãe ainda durante o pré-natal, como já existe em países desenvolvidos como França e Canadá, bem como definir a melhor época para o tratamento, quando positivo, visando ao bem estar fetal. “É uma tarefa difícil, já que essa bactéria não dá sintomas na mulher adulta”, explica Dra. Vanessa Lopes.
Outros temas em debate abordarão novas técnicas de ventilação mecânica neonatais, cuidados da fisioterapia com recém-nascido em ventilação e cuidados de enfermagem.
Serviço: Fórum de Atualização em Doenças Pulmonares no Recém-Nascido, dia 7 de dezembro das 8h às 12h45, Hospital da Mulher-FUABC, Rua América do Sul, 285, Parque Novo Oratório, Santo André.