HMU combate a dor do parto sem medicações

Abordagem não-farmacológica da gestante alivia ansiedade e sofrimento

HMU combate a dor do parto sem medicaçõesReferência em São Bernardo como maternidade pública, o HMU (Hospital Municipal Universitário) adotou este ano técnicas não-medicamentosas para alívio da dor durante as contrações do parto. Estudos científicos indicam que um suporte contínuo intraparto reduz o sofrimento físico e a duração do trabalho de parto em até uma hora, reflexo de ações como massagens, caminhadas, banhos de imersão, exercícios respiratórios ou com bolas, entre outros. Isso significa maior conforto para a parturiente e benefícios para o bebê, que deixa de receber remédios via placenta quando a mãe é medicada antes da cirurgia.
“Infelizmente a maioria das pacientes associa o parto à intensa dor e sofrimento. Queremos tornar esse momento menos mecânico, mais humanizado, quase que voltando um pouco ao passado, quando eram realizadas menos intervenções” – comenta a enfermeira Debora Lúcia Silva Menezes, coordenadora do setor de Cuidados da Paciente Cirúrgica do HMU. A diferença em relação aos métodos fisiológicos do passado é que os procedimentos de hoje são mais profissionais, pois seguem protocolos como tempo de duração, ações específicas para contrações ou para acelerar a dilatação, entre outras.
A assistência não-farmacológica – que consiste na promoção de um bom relaxamento para aliviar também a ansiedade com a chegada do bebê e com o ambiente de um centro obstétrico – pode ser aplicada de forma isolada, combi­nada ou sequencial. Tudo depende das características de cada parturiente. Também são levados em conta o treinamento das equipes de saúde e a disponibilidade dos recursos nas maternidades. Débora Menezes informa que a técnica é pouco utilizada no Brasil justamente pelo desconhecimento de grande parte das maternidades.
“Estamos trabalhando não só a cultura da gestante de que é melhor fazer cesariana, mas também treinando a equipe para os benefícios da abordagem não-medicamentosa da dor. Isso leva algum tempo”, cita a coordenadora de Cuidados da Paciente Cirúrgica do HMU. A nova técnica não significa que os medicamentos foram abolidos nem o fim dos partos cesárea. O primeiro passo é conquistar a adesão da gestante, que deve estar associada à avaliação do médico para indicação do que é mais conveniente a cada parturiente.
Partos normais são os mais indicados devido ao caráter menos invasivo e menor risco de infecções, além do restabelecimento físico mais rápido da mulher. Mas gestações de alto risco e intercorrências no momento da cirurgia podem exigir intervenções imediatas da equipe clínica. No HMU, que chega a realizar 400 partos/mês, 60% são normais.

Ações para alívio da dor pré-parto

– Deambulação (caminhadas)
– Bola suíça (para facilitar a postural vertical da gestante)
– Eletroestimulação Nervosa Transcutânea (impulsos elétricos)
– Massoterapia (massagens para melhorar o fluxo sanguíneo)
– Espaldar
– Cavalinho (para facilitar a descida fetal)
– Banhos de chuveiro ou imersão (para dilatação cervical)
– Técnicas de relaxamento (para reduzir a ansiedade)
– Exercícios de respiração (para oxigenação dos tecidos)
– Associação de recursos.