Não aboletamos e nem pulamos de barco

Samuel Oliveira

Samuel Oliveira

12 de Outubro

Em épocas eleitorais, sempre tem àqueles que ao menor sinal de perda de seu amigo candidato, acabam pulando do barco para não sofrer as derrotas e muito menos perder suas boquinhas quando saem dos governos onde conseguiram alguns benefícios. Isso é comum em política, e porque não na democracia, onde acreditam que tudo podem. Por isso o Brasil de norte a sul, teve uma avalanche de despedidas de famílias que não largavam o osso do poder há mais de 30, 40 anos e agora se veem a berlinda e sem rumo. Os que não quiseram perderam estas boquinhas pularam de seus barcos e tentam se aboletar em outros novos. Pode até dar certo momentaneamente, mas, não é suas casas, e muito tempo ali não permanecerão. Aqui na região aconteceu a mesma coisa na última eleição, quando viram que seus protetores perderiam as eleições, pularam do barco, assim como acontece agora no resto do país. É só prestar atenção nos grandes partidos e verás o que está a ocorrer.

PSDB encontrou seu inferno particular

Nestas eleições, a cúpula do PSDB pensou errado novamente com Geraldo Alckmin, presidente do partido e candidato a presidente da República, e tomando as decisões sozinho, principalmente que optou em apoiar dois candidatos ao governo do Estado de São Paulo, – seu vice e candidato Marcio França do PSD e João Doria, seu afilhado político do PSDB e ex-prefeito da capital. Esqueceu que, as intrigas partidária, primeiramente como candidato majoritariamente no lugar de Alckmin, e não como a governador, como acabou acontecendo para atrapalhar os planos de Marcio França a ocupar de vez a cadeira de Alckmin no Estado. Pior para o PSDB de Alckmin, que optou em ter dois palanques no Estado, atolando o partido numa vala sem fim, que o deixou próximo ao inferno. Atitudes erradas a parte, agora não adianta mais, a destruição do partido foi quase total em nível nacional. O PSDB saiu desta eleição fragilizado, esfacelado e sem rumo, visto que seus principais figurantes acabaram apoiando candidatos contrários ao partido e contra a própria candidatura Alckmin, que não decolou e acabou perdendo espaços importantes em termos legislativos e governamentais.

Velhos políticos estão fora

A renovação foi a grande marca desta eleição, tanto em nível estadual, quanto no federal. Nas assembleias legislativas, a renovação média foi de 60% dos deputados, deixando de fora alguns caciques políticos que perderam espaço para os candidatos novos, sem nenhuma malícia, e aqueles que são contra qualquer tipo de corrupção no meio político. Na Câmara Federal também foi a mesma coisa, tanto que o atual presidente da Câmara, Eunicio Oliveira, está fora da próxima legislatura depois de décadas no poder, bem como outros “líderes” nacionais, dentre eles a família Sarney, os Cunha, Chico Alencar do Psol, Cristovam Buarque do PPS, Darcísio Perondi (MDB) líder do presidente Temer na Câmara, Arnaldo Faria de Sá PTB – com oito mandatos, senador Magno Malta – PR, Miro Teixeira – Rede com 11 mandatos, Orlando Silva PCdoB, Roberto Requião – PMDB, Romero Jucá – MDB, além de toda a cúpula do Senado, que foi renovada em 24 membros dos 32. Essa renovação é a maior da história do país, e deve mudar os rumos da política, é o que a eleitor quer depois de vários anos em que a maioria dos congressistas estão envolvidos em escândalos e corrupção.

Reviravolta no ABC

A política é muito dinâmica, e todos estão cansados dos falastrões políticos que andam por aí, só ganhando e nada fazendo de útil a população. Desta vez, o eleitor do Grande ABC deu o troco neles, e elegeu novos representantes, renovando a maioria da bancada federal e estadual da região. Alex Manente, Luiz Carlos Motta, Vicentinho, Teonillo Barba, Carla Morando, Luiz Fernando Teixeira, Thiago Auricchio, Marcio da Farmácia, José Carlos Orosco Junior e Coronel Nishikawa, foram os eleitos no último domingo para a Assembleia Legislativa e Câmara Federal. Desta vez, não conseguiram os votos suficientes para se eleger os deputados Luiz Turco e Ana do Carmo, além dos candidatos a deputados de ex-prefeitos que não conseguiram legenda e/ou perderam nas urnas, como foi o caso de José De Felippi (Diadema), Aidan Ravin (Santo André) e Oswaldo Dias (Mauá) e Donisete Braga (Mauá).

Átila Jacomussi revoga decreto de calamidade financeira

Novo documento solicita providências administrativas de controle orçamentário e contenção de despesas

O prefeito de Mauá, Átila Jacomussi, revogou o decreto de calamidade financeira do município instituído pelo governo interino de Alaíde Damo. O novo decreto de nº 8474, que anula todas as ordens anteriores, estabelece também diretrizes e providências administrativas de controle orçamentário e contenção de despesas na administração pública.
De acordo com o prefeito, o primeiro decreto visava atrair recursos estaduais e federais, o que não aconteceu, além de ser inconstitucional porque não tinha embasamento jurídico e ia contra a lei eleitoral. “Se o governo interino quisesse fazer uma política de contenção, tinha que fazer a lição de casa. Não tomaram nenhuma medida, pelo contrário, mandaram muita gente embora e as rescisões pagas aumentou os gastos na folha de pagamento. Além disso, muitos contratos e convênios foram reincididos, acumulando ainda mais dívidas e precarizando o serviço prestado à população”, explicou Átila.
Alguns exemplos de desassistência de serviços básicos neste período foram: o fechamento do pronto socorro do Hospital Nardini, diminuição na realização de exames, o contrato com a Santa Casa que fazia mamografia foi encerrado, o contrato de locação de viaturas não foi renovado, utilizando veículos emprestados de São Bernardo do Campo e o Café do Trabalhador (que oferecia café da manhã gratuito no terminal de Mauá) foi extinto.
“Quem perdeu foi o povo, após a implementação do primeiro decreto a desconfiança dos fornecedores aumentou, evitando que muitas empresas participassem de licitações. A cidade ficou sem credibilidade e não conseguimos administrar sem estes recursos”, frisou o prefeito.

Samuel Oliveira

Samuel Oliveira

Jornalista e conta o que de melhor (ou pior) acontece nos bastidores da política da região do ABC.