Da Alma

Ala Voloshyn

Ala Voloshyn

18 de Junho

Vejo tanta bobagem com roupagem de intelectualidade. Coisas feias, sem nenhuma estética mesmo, aplaudidas como arte ou liberdade de expressão. Há os que usam a calunia como usam suas calças, todos os dias, como meio de atingir seus objetivos sórdidos e bem pequenos, porque tudo que tem o egoísmo como motivo é pequeno, sem graça e efêmero. As ideias que sustentam a vida são muito mais interessantes e magnânimas! Uns se orgulham de sua religião ou colégio iniciático, acreditando que isto os enobrece, mas cospem no chão na primeira esquina, com cuidado para não serem vistos. A ética se arrasta pelo chão. O medíocre, o mal, o mau, se acotovelam na multidão. Gente torpe adquire notoriedade às custas de quem lhes oferece o ombro, por ingenuidade ou troca de favores.

Vixe! Todos tocam a mesma toada? Não! Mas onde estão os que não se
afinizam com essa baixeza humana? Calados? Escondidos? Solitários?
Indignados? Enfraquecidos? Desanimados? Endividados? Onde estão, que não surgem para fazer frente e assumir sua ética e potência? Onde estão que deixam esta corrente mortífera passar impune e se fortalecer a cada ato? Onde?

Se a omissão imperar entre aqueles que podem contribuir para a elevação humana, não mudaremos nada. A destruição invadirá cada espaço que se encontrar vazio e descuidado.

Qual o seu compromisso com o que é bom, belo, evolutivo? Quantas atitudes assumem a favor do crescimento de todos? Quanto insiste em não abandonar seu posto de ser humano digno de sua espécie? Quanto ainda irá reclamar da sujeira a solta e não fazer nada para imprimir novo rumo ou pelo menos não permitir que esta lama invada um espaço maior? Quanto ainda irá se queixar de solidão e não se unir àqueles que compactuam com o elevado também?

A omissão é tão indigna quanto a falta de ética, egoísmo e a brutalidade espiritual.

Ficar no seu quintal, cuidando das flores do seu jardim, sem olhar para o que o cerca além de suas fronteiras, pode não ser suficiente para imprimir colorido e luz ao cinza que nos oprime a alma.

Ala Voloshyn

Ala Voloshyn

Psicóloga. Escritora. Blogueira. Contadora de Histórias. Mediadora de Conversa Filosófica. Blogs: alavoloshyn, livrosvivos - SoundCloud