Prefeitos e secretários debatem Política Regional de Saúde no Consórcio

Estudos do Grupo de Trabalho de Saúde apontam necessidade de aporte do governo estadual para a ampliação de consultas e exames na região

A política regional de saúde foi a principal pauta da 4ª reunião extraordinária do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, realizada na última terça-feira (19). Convocado pelo presidente da entidade e prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, o encontro reuniu prefeitos e secretários de saúde a fim de aprofundar as discussões e definir as estratégias de articulação e prioridades junto aos governos estadual e federal no período 2013-2016.
Na ocasião, o secretário de Saúde de São Bernardo, Arthur Chioro, que preside o Grupo de Trabalho (GT) Saúde do Consórcio, destacou o documento enviado pelo Consórcio ao Ministério da Saúde em 2011, com as prioridades para a Rede Regional de Atenção à Saúde no ABC.
As demandas se desdobraram em subprojetos cadastrados e houve ainda a discussão do Projeto QualiSUS na região, com previsão de investimentos nas áreas de Urgência/Emergência e Atenção Básica. O QualiSUS é um projeto de Formação e Melhoria da Qualidade de Rede de Atenção à Saúde.
“Procuramos resgatar o trabalho dos dois últimos anos. Entre os principais está a questão do estrangulamento das consultas médicas e exames especializados que são de responsabilidade do Governo do Estado, particularmente aqueles que os hospitais Mário Covas e Serraria e aos Ambulatórios Médicos de Especialidades (Ames) podem colaborar”, cita Chioro.
De acordo com o secretário, a região conta com mais de 100 mil pessoas na fila à espera de vaga para consultas e exames especializados. Estudos do GT Saúde apontam que são necessários cerca de R$ 20 milhões por ano como aporte do governo estadual para os hospitais regionais ampliarem a oferta em consultas e exames especializados e zerar o déficit.
Chioro apontou também a necessidade de reorganizar a área de alta complexidade de cirurgias cardíacas neonatal, ortopedia de alta complexidade e oncologia, já que atualmente o ABC está sem referência nesse tipo de serviço.
Outro tópico diz respeito à articulação para a implantação de um hospital regional de retaguarda para pacientes crônicos que não podem ir para a internação domiciliar, e que necessitam de internação clínica de longa permanência.
Durante o encontro, também foram reforçadas pautas como a implantação de serviço de referência de neurotrauma e neurocirurgia no Hospital Mário Covas, que já tem recursos programados na ordem de R$ 6 milhões oriundos do Ministério da Saude, a implantação de sistema integrado de transporte sanitário intrahospitalar, a reivindicação de uma unidade da rede de reabilitação Lucy Montoro, que realiza atendimento de reabilitação física de alta complexidade e fornece próteses para pessoas com deficiência, e ainda, a descentralização das farmácias de alto custo, que hoje funcionam apenas no Mário Covas, para outras unidades da região.
Em relação às demandas relacionadas conjuntamente ao Ministério de Saúde e Governo do Estado, foram destacadas duas agendas prioritárias: implantação das redes regionais de atenção à saúde psicossocial, doenças crônicas e pessoas com deficiência e doenças degenerativas.

Plano de carreira

– Segundo Chioro, uma das maiores prioridades da área será a questão da gestão do trabalho médico. “Temos de produzir estratégias mais harmônicas e integradas que favoreçam e qualifiquem esse trabalho. A grande desafio é construir um plano de fixação de carreira médica no ABC. Devemos apresentar esse estudo dentro de 60 dias”, aponta.

Plano cicloviário

– De acordo com o presidente do Consórcio, Luiz Marinho, dentro de 60 dias também deverá ser apresentado um estudo propondo um circuito integrado de ciclovais, ciclofaixas de lazer e rotas seguras para ciclistas no ABC, bem como a adoção de um sistema de locação de bicicletas, a exemplo de Santos, São Caetano e Sorocaba. “Também estamos agendando uma reunião com o governador Geraldo Alckmin e o secretário de saúde, Giovanni Guido Cerri, aqui no Consórcio, para aprofundar as demandas regionais de saúde”, reforçou Marinho.