O projeto para construção de uma Usina de Recuperação Energética em Mauá foi apresentado aos prefeitos da região na Assembleia Geral do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, a mesma reunião também marcou a posse da nova presidência da entidade regional.
Participaram do encontro o presidente do Consórcio ABC e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão, o vice-presidente do órgão intermunicipal e prefeito de Diadema, Lauro Michels, e os chefes dos Executivos Municipais de Santo André, Paulo Serra, São Bernardo do Campo, Orlando Morando, São Caetano do Sul, José Auricchio Júnior, Ribeirão Pires, Adler Teixeira-Kiko, e o secretário de Relações Institucionais de Mauá, Carlos Wilson Tomaz.
O projeto da URE foi apresentado pelo diretor-executivo da Central de Tratamento de Resíduos Lara, Daniel Sindicic. A empresa é detentora de um aterro sanitário privado localizado em Mauá e que recebe os resíduos sólidos de seis das sete cidades da região (a exceção é Santo André).
Segundo a apresentação de Sindicic, a usina utilizará área de 90 mil metros quadrados dentro do aterro em solo mauaense, receberá investimento 100% privado de R$ 900 milhões na construção e terá capacidade para gerar 80 megawatts por hora, o que, de acordo com a empresa, seria capaz de abastecer energeticamente um município com 250 mil residências.
O representante da empresa afirmou que o projeto deve ser o primeiro do tipo no Brasil e foi inspirado em equipamentos semelhantes instalados na Espanha, Alemanha, Portugal, Inglaterra e Finlândia. O equipamento deve usar tecnologia que transforma o vapor do lixo em energia limpa.
A construção da usina ainda depende de licenciamentos para ter início, mas a empresa prevê começar as obras entre junho e julho deste ano. Segundo projeção de Sindicic, haverá geração de 600 empregos durante os três anos de implementação e outras 100 vagas para operação do empreendimento.
A perspectiva apresentada pela Lara é de que, com a geração de energia, consiga rever o investimento inicial em 10 anos. Depois disso, além do ganho ambiental, há possibilidade real de que o custo com a destinação do lixo seja menor aos municípios, o que poderia resultar em congelamento da taxa cobrada pelo serviço.
“Há 30 anos, o Consórcio ABC foi criado para resolver a questão dos resíduos. Hoje trouxemos uma proposta para termos em nossa região a décima maior usina de reciclagem do mundo, adequada à nossa realidade e que pode servir de case para outros países que contam com aterros sanitários”, afirmou Maranhão.