Quem passa pela Rua América do Sul, no bairro do Parque das Américas em Mauá e vê aquele restaurante convidando os que por ali trafegam com aquele aroma irresistível de suas saborosas refeições, não imagina que quem as prepara foi, além de metalúrgico, gráfico, funcionário público e comerciante, um grande jogador de futebol, que começou como volante depois atacante. Assim começa a história de Fabio Mauricio Vieira, também conhecido como “Caetano”.
Nascido na vizinha São Bernardo do Campo em 13 de agosto de 1964, Fábio Mauricio veio para Mauá com a família no fatídico ano de 1964, o mesmo do golpe civil-militar fascista; mas política à parte, quando pra cidade vieram, foram morar na Vila Vitoria, onde já se encontrava seu avô Caetano Quintiliano. Dele herdou o apelido que até hoje o acompanha, pois como andava muito com o velho avô Caetano, ficou como “Caetaninho”. Hoje é conhecido apenas como Caetano mesmo. Da família, apenas ele e o irmão Luiz Gustavo foram jogar bola.
Pelos campos da vida
Entre as semanas e outras de trabalho intermitente, os sábados e domingos (e feriados) sempre foram dedicados ao futebol, que praticava desde a infância; os primeiros contatos com a bola que na época chamava de “capotão” (bola pesada e que judiava dos pés dos atletas, principalmente quando molhava) fora nos campos de terra da atual Avenida Portugal, na época que no local havia um córrego, hoje canalizado pelo “desenvolvimento” urbano. O local exato do campo é onde atualmente está instalado o Colégio Barão de Mauá.
Daí em diante, Caetano não parou mais (ainda hoje atua na equipe de “sessentão” do Juá). Começou batendo bola no time da CME (Comissão Municipal de Esportes) em meados dos anos 70, cujo treinador era um sujeito de nome Rufão, que levou vários garotos de Mauá para jogar no time do Santa Maria, de São Caetano, onde o Caetano ficou durante três anos e foi bicampeão municipal juvenil. Suas boas atuações pelo Santa Maria o levaram à testes no juvenil do Saad, clube onde sonhou em tornar jogador profissional.
Títulos e Amizades
Apesar de não ter concretizado o sonho da profissionalização, Caetano continuou praticando o futebol como lazer e recreação. Jogou no time da gráfica Romiti, em São Paulo por seis anos e depois, enfim, iniciou uma trajetória em Mauá recheada de clubes, títulos e boas amizades proporcionadas pelo esporte. CA Vila Vitória, CA Itapeva, São João FC, Cruz de Malta, CE União, EC Camila, Serrano, Estrela e Guaraciaba. Dos mais relevantes títulos, Caetano cita aqueles conquistados pelo Vila Vitória e o Camila, sem esquecer do gol de título marcado com a camisa do Beira Rio numa competição de veteranos.
Fábio Maurício Caetano jogou com muitos craques, muitos boleiros e grandes personalidades do futebol que, assim como ele, também foram incentivados por um avô e/ou pelos pais. Eles nos ensinam que a paixão pelo esporte é passada de geração em geração, o que Caetano faz agora com seu jovem filho Fabiano, de 15 anos e que fará em breve testes no Santos FC, coincidentemente na mesma posição inicial do pai. Parabéns Caetanos, boa sorte Fabiano.