Conceito Verde

Hoje é comum e corrente o uso do termo “mundo sustentável”. Mas afinal, o que essa expressão significa realmente? Na verdade a preocupação com a devastação dos recursos naturais do planeta e suas conseqüências, fez o termo sustentabilidade ganhar força nos mais variados segmentos da vida humana.
Aqui gostaria de sugerir uma idéia da aplicação desse conceito na construção de uma obra comercial ou de moradia e sua ocupação. Projetos de obras a serem construídas, ganham selos de qualidade dos mais variados institutos preocupados com o meio ambiente, o que garante status mercadológico. Entre as regras elaboradas para a garantia do selo verde de qualidade encontramos o uso de material reciclável ou de alta durabilidade, economia de energia e água, não agressão ao meio ambiente.
Cerca de 50% do lixo sólido de grandes cidades provém de obras ou demolições, o controle na emissão desses poluentes diminui a emissão de CO2. Após ocupada, a edificação deve ter gastos reduzidos de energia com a utilização de lâmpadas de LED ou fluorescente e redução do ar condicionado. Cerca de 9,8% da energia consumida no país provém de edifícios residenciais. O não uso de material ecológico em tubulações como por exemplo, materiais não recicláveis e madeira sem certificação é agressão ao meio ambiente. A sugestão é o uso de material de polipropileno, mais resistente e reciclável, muito mais eficaz que o cobre e outros derivados do petróleo, bem como madeira não certificada. Uma válvula sanitária chega a despejar entre 10 e 15 litros de água. O desperdício de água pode ser controlado com válvulas de torneiras com sistema automático e descargas do tipo “dual flush” que usam de 4 a 6 litros.É fundamental no conceito verde escolher o terreno e projetar a obra que tenha pouco impacto na cobertura vegetal, hoje é comum desmatar o terreno para facilitar a execução da obra. A pintura de algumas paredes podem ser descascadas deixando tijolos expostos.Essa atitude traz facilidades e economia na manutenção da residência, uma vez que paredes não precisam ser pintadas de tempos em tempos.A escolha de um piso de fórmica evita a remoção do assoalho antigo.Essa opção pode ser colada diretamente no piso que deveria ser removido, o que evita a produção de entulhos, um dos grandes vilões dos empreendimentos que não primam pela sustentabilidade. Investir em uma obra com modelo sustentável esbarra na questão favorável de marketing. A aplicação do conceito de sustentabilidade não tem a ver exatamente com filantropia e sim com a preocupação com o impacto ambiental.Uma construção sustentável pode custar apenas 2% a 5% mais do que as obras convencionais. Somados os lançamentos de 2011 e os que serão feitos até o fim deste ano, 47,2% dos novos imóveis destinados a escritórios e comércio se associam ao perfil verde, consomem menos energia e água e fazem uso de material pouco agressivo ao meio ambiente.

Os primeiros paralelos bíblicos.

As descobertas arqueológicas feitas no Egito e na Mesopotâmia nos últimos cem anos revelam-nos uma herança espiritual e cultural com que gerações mais antigas não sonharam. Com escavações feitas nesses locais, a decifração de línguas mortas e a recuperação de literaturas pó muito tempo perdidas ou esquecidas, o horizonte histórico foi dilatado de vários milênios. Um dos maiores êxitos das pesquisas arqueológicas realizadas nos chamados “países da Bíblia” foi de ter lançado uma luz viva e reveladora sobre a própria Bíblia, sobre suas origens e o meio em que surgiu.Podemos agora verificar que este livro, o maior clássico literário de todos os tempos, não surgiu do nada ou ao acaso, esta obra tem raízes que mergulham num passado longínquo e se estendem até aos países vizinhos.Quer na forma quer no conteúdo, os livros da Bíblia apresentam apreciável semelhança com as literaturas criadas na Suméria. Afirmá-lo não é de modo algum restringir o significado dos escritos bíblicos, ou gênio dos homens de letras hebreus que o compuseram. De fato, cada um de nós pode maravilhar-se com o que tem sido justamente designado por “o milagre dos hebreus”, que transformou os motivos estáticos e os esquemas convencionais dos seus predecessores no que é talvez a mais vibrante e dinâmica criação literária conhecida.
A literatura criada pelos sumérios deixou a sua profunda marca nos hebreus, e um dos mais apaixonantes aspectos da reconstrução e tradução das belas letras sumérias consiste em traçar semelhanças e paralelos entre os motivos literários sumérios e bíblicos.É certo que os sumérios não influenciaram diretamente os hebreus, porque tinham deixado de existir muito tempo antes de se iniciar a existência histórica desse povo. Mas é incontestável que os sumérios influenciaram profundamente os cananeus, os quais precederam os hebreus na região mais tarde conhecida pelo nome de Palestina, e os seus vizinhos, tais como assírios, babilônicos, hititas, hurrianos e arameus. Uma boa ilustração dos paralelos sumérios e hebraicos é dada pela descoberta arqueológica das placas do mito de Enki e Ninhursag. O seu texto foi publicado em 1915, mas o respectivo conteúdo permaneceu na sua maior parte ininteligível até 1945, data em que arqueólogos americanos fizeram uma minuciosa edição do texto.
O poema consiste em 278 versos inscritos numa placa de seis colunas exposta no University Museum nos Estados Unidos, coma pequena duplicação no Louvre, identificada pelo arqueólogo Edward Chiera. Num breve resumo, o enredo do mito sumério do Paraíso que se ocupa mais dos deuses do que do homem é o seguinte: o Paraíso é uma terra pura, limpa e brilhante, uma terra de vivos que não conhece a doença nem a morte. Falta-lhe contudo, a água fresca, essencial à vida dos animais e das plantas. Enki, o grande deus sumério da água, ordena então que o Paraíso abasteça-se de água. Então Ninhursag, a grande deusa mãe dos sumérios, faz brotar oito plantas. Enki arranca as preciosas plantas e as come uma a uma. Colérica a deusa Ninhursag pronuncia contra ele a maldição da morte. Evidentemente, para ter a certeza de não modificar a sua decisão de não vir a compadecer-se, ela desaparece de entre os deuses.
A saúde de Enki começa a declinar, oito de seus órgãos são atingidos pela doença. Enquanto a doença de Enki se agrava, os grandes deuses sumérios, parecem incapazes de resolver a situação. Toma então a palavra a raposa. Em troca de uma recompensa trazer de volta a deusa mãe. Tal como prometera a raposa consegue de alguma forma ( o passo respectivo está infelizmente destruído ), fazer regressar a deusa mãe e reconciliá-la com Enki. Cria oito deuses com poderes de curar e Enki é reconduzido à vida e a saúde.
Em que medida tudo isso pode ser comparado com a história bíblica do Paraíso? Primeiro há alguma razão para crer que a verdadeira idéia do Paraíso divino, um jardim dos deuses, é de origem suméria. O Paraíso sumério era localizado, de acordo com nosso poema, na terra de Dilmun, provavelmente segundo escavações no sudoeste da Pérsia. É nessa mesma região que, posteriormente os babilônicos viveram. É uma boa indicação de que o Paraíso bíblico, que é descrito como um jardim plantado do lado oriental do Éden, de que as águas se originam os rios Tigre e Eufrates, deve ter sido originalmente idêntico a terra do Paraíso sumério.
Uma vez mais, o passo do nosso poema que descreve a Suméria com água fresca e muito Sol sugere o texto da Bíblia:” Uma torrente saía da terra e regava a superfície do sol.” (Géneses, II,6.). O nascimento da deusa sem sofrimento ou dores do parto esclarece o fundo da maldição contra Eva, que deverá conceber e ter filhos na dor. E o fato de Enki ter comido as oito plantas e a maldição pronunciada contra ele por esse motivo recordam-nos Adão e Eva comendo o fruto da árvore do saber e a maldição contra ambos por esta pecaminosa ação.
Mas talvez o resultado mais interessante da nossa análise comparativa seja o esclarecimento que nos é dado pelo poema sumério de um dos mais intricados motivos da narrativa do Paraíso bíblico, para o famoso passo que descreve a modelação de Eva – “ a mãe de todos os vivos “, de uma costela de Adão. Por que uma costela? Porque achou o narrador hebreu mais apropriado escolher uma costela do que qualquer outro órgão do corpo para modelar a mulher cujo nome, Eva, de acordo com o conceito da Bíblia, significa aproximadamente “ a que cria vida”? A razão torna-se clara se tivermos em conta os antecedentes literários sumérios, tais como são representados pelo poema de Dilmun, subjacentes ao episódio do Paraíso bíblico. No poema sumério, um dos órgãos doentes de Enki é a costela. A palavra que designa costela é ti. A deusa criada para curar a costela de Enki chamava-se Nin-ti, “ a senhora da costela. Mas a palavra suméria ti significa também “criar a vida”. O nome Nin-ti pode, portanto, significar tanto “ a senhora que cria vida” como “ a senhora da costela”. Na literatura suméria, portanto, “ a senhora da costela” identifica-se com “ a senhora que cria vida “ por meio que pode ser designado um jogo de palavras. Foi este jogo de palavras, um dos mais antigos, que foi introduzido no texto da Bíblia referente ao Paraíso e nele perpetuado, apesar de obviamente, ter perdido o sentido dado nada terem de comum em hebreu a palavra que significa “costela” e a palavra que significa “que cria a vida”.
Foi em 1945 que, independentemente de outros arqueólogos, Samuel Noah Kramer descobriu esta possível fonte suméria para a explicação do episódio da “costela”, mas que já tinha sido sugerida trinta anos antes pelo eminente arqueólogo francês e especialista em escrita cuneiforme Dr. P.Scheil, como também o especialista orientalista em Suméria, o norte americano William Albright, que editou a descoberta. Em frases indiretas descritas nas placas, o Paraíso, segundo os sumeriólogos fica evidente que era para os deuses imortais. Apenas um mortal, contudo, podia ganhar o favor de ser admitido no Paraíso. Os especialistas conjecturam que ele é “Noé”. Essa afirmação é o mais direto e chocante paralelo com a Bíblia até hoje descoberto na literatura cuneiforme descoberto nas placas.