Revogar as Reformas

A inflação brasileira alcançou a casa dos dois dígitos, fechando em 10,06% em 2021, de acordo com o cálculo do IPCA. Por outro lado, o aumento do salário mínimo proposto pelo governo não cobriu, pelo segundo ano seguido, a totalidade da inflação acumulada durante o ano. Uma política de arrocho salarial, que penaliza os trabalhadores.

Além desses dados, temos ainda um alto índice de desemprego, a fome e insegurança alimentar atingindo uma massa enorme de pessoas e uma economia que anda de lado, onde a indústria se desfaz e apenas o setor de exportação de produtos primários avança, reforçando a posição colonial de nosso país.

Por isto o debate sobre as contrarreformas se coloca no plano central do debate político e econômico. É extremamente necessário a revogação das reformas trabalhista, previdenciária, a anulação da autonomia do Banco Central e a reversão das privatizações.

Todas essas medidas caminharam no sentido de enfraquecer a atuação do Estado no ajuste da economia, abrindo espaço para um perigoso caminho de desordenação econômica, de diminuição da renda dos trabalhadores e precarização das suas condições de vida e trabalho, permitindo o aumento da concentração nas mãos da burguesia, o que permite ampliar os lucros do grande empresariado, pois rebaixa o valor da força de trabalho. A luta dentro deste campo é uma batalha por quem irá abocanhar uma parte maior do excedente econômico.

Enquanto essas medidas, como por exemplo a reforma trabalhista, continuaram ativas, não será possível sairmos desse atoleiro em que nos encontramos. E a revogação dessas medidas são apenas o primeiro passo , para limpar o terreno e permitir um novo crescimento que possa beneficiar os trabalhadores brasileiros.

Max Marianek – Graduado em História pela CUFSA, Graduando em Biblioteconomia pela USP