Atualmente são 17, que chegarão a 34 no total; entrega está prevista para abril e faz parte do projeto de 100 dias do governo
O CHM (Centro Hospitalar Municipal) de Santo André, originário da antiga Santa Casa, de 1911, e hoje porta de entrada dos casos de urgência e emergência do município, ampliará os leitos da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) adulto. Dos 17 atuais para pacientes potencialmente graves acima de 18 anos, o espaço dobrará sua capacidade com a criação de mais 17, que totalizarão 34 leitos. Com a reforma em fase final de execução, a previsão de entrega é 30 de abril, mês de aniversário da cidade, e contempla o programa de 100 dias do atual governo.Além da ampliação dos leitos nível 2 credenciados pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a UTI, que funciona no terceiro andar do hospital, passa por readequação física, desde troca de piso e pintura até total substituição da partes elétrica e hidráulica. O investimento é de R$ 2,150 milhões, sendo R$ 2 milhões em equipamentos e R$ 150 mil da reforma, recursos do Fundo Municipal de Saúde. O sistema de ventilação do prédio, por meio do aparelho de ar condicionado central, instalado para funcionamento nos setores fechados, como o centro cirúrgico e a UTI, também passa por conserto – há pelo menos 15 anos ficou desativado – o custo da remodelação é de R$ 265 mil e manutenção mensal de R$ 20 mil. A cozinha, de uso exclusivo dos funcionários e colaboradores, também está sendo reformada. “São serviços que não aparecem para a população, mas são fundamentais para o funcionamento pleno do hospital”, afirmou o secretário de Saúde, o médico Homero Nepomuceno Duarte.
A carência de leitos de UTI não se trata de problema crônico apenas do Grande ABC, mas dos serviços públicos e privados de Saúde do país. No CHM, a ampliação atenderá à grande necessidade do complexo hospitalar. “Sem dúvida, não só suprirá à demanda, mas aliviará o atendimento geral aqui”, avaliou o médico José Antônio Souto Tiveron, diretor do hospital. Somente nos dois primeiros meses deste ano, o Pronto Socorro prestou 21.108 atendimentos à população dependente do SUS.
Geralmente, uma UTI abriga casos mais graves, de alta complexidade ou com necessidade de internação pós-operatória, principalmente de pacientes idosos ou vítimas de traumas. O que implica em mais tempo de recuperação no leito. Diante dessa lógica, a direção do hospital enfrenta o problema de reagendamento das cirurgias eletivas – que não precisam ser realizadas em caráter de urgência. “Com a ampliação dos leitos, acreditamos que diminuiremos esse problema”, apontou Tiveron, que é médico especialista em cirurgias do aparelho digestivo, além de nutrólogo.
O CHM também realiza cirurgias de grande porte, especialmente em alguns casos de câncer. O que, necessariamente, implica em demanda de leitos de UTI. As principais operações realizadas são as de ortopedia, por fraturas de ossos, além de hérnias e colecistectomias (retirada da visícula biliar) pela cirurgia geral. Em 2012, 3.667 procedimentos foram realizados no centro obstétrico. Em janeiro deste ano, 279.
Além da adequação do espaço físico, novos equipamentos estão sendo comprados e integrarão a UTI do Centro Hospital Municipal, como monitores multiparâmetros, modernos respiradores e duas centrais de monitorização de pacientes e vigilância 24 horas.
A Secretaria de Saúde também solicitou recursos para mais três leitos da UTI pediátrica, ala localizada no segundo andar. Hoje, dos nove existentes, apenas seis são credenciados pelo SUS, de acordo com Tiveron.
A portaria 466, de 4 de junho de 1998, do Ministério da Saúde, é que regulamenta tecnicamente o funcionamento de uma UTI. Em todo hospital, público ou privado, com capacidade igual ou superior a 100 leitos, exige-se a obrigatoriedade da existência de uma Unidade de Terapia Intensiva. O CHM possui 207 leitos oficiais e 24 complementares (17 de UTI adulto, seis de UTI infantil e um isolamento).
TRAUMATOLOGIA – Referência regional nas áreas médicas de ortopedia/traumatologia, neurocirurgia, cirurgia geral, oftalmologia e bucomaxilofacial, o CHM recebe grande demanda diária de vítimas de acidentes de trânsito, principalmente de motociclistas. O próprio envelhecimento da população é outro fator que implica no recebimento de pacientes traumatizados, com os vários tipos de fraturas ósseas, principalmente de fratura do colo de fêmur. “São casos que geralmente implicam em uma internação em leito de UTI, após a cirurgia”, ressaltou o diretor.
E foi com esse olhar que a Secretaria de Saúde criou projeto de uma Unidade de Traumatologia, que funcionará como enfermaria para pacientes vítimas de traumas – com total de 26 leitos. O novo espaço será construído no primeiro andar, exatamente onde funcionava a diretoria do hospital na gestão anterior. Em fevereiro, o setor foi transferido para imóvel alugado que abrigava o PID (Programa de Internação Domiciliar), serviço oferecido pela Prefeitura. “Em uma área assistencial, como de um hospital, o setor administrativo funcionava no mesmo espaço físico. O que não é o ideal”, justificou Tiveron.
A ampliação dos leitos de enfermaria de trauma consta de uma terceira fase de obra, com entrega prevista para o fim do primeiro semestre. Os serviços ainda não começaram.