Semana passada o TCU aprovou a privatização da Eletrobras, medida que já havia sido autorizada pelo congresso na votação da Medida Provisória enviada à casa pelo governo Bolsonaro.
A Eletrobras surgiu como resultado das amplas lutas pelas Reformas de Base nos anos 50 e 60, contra a ação do capital internacional, que comandava na época a produção de energia no país. Ela foi uma peça importante para auxiliar na nossa independência energética. Entretanto, a empresa vem sendo desmontada pouco a pouco desde o início da Nova República, processo concluído agora com sua privatização.
Este procedimento não irá diminuir o preço da energia, nem melhorar a qualidade do serviço, pelo contrário, abrirá apenas mais um nicho para ser explorado pelos setores privados nacionais e internacionais. Será mais um espaço para a burguesia nacional e internacional investirem para espoliar os trabalhadores.
Avança o processo de desmonte da capacidade de intervenção do Estado na economia e dos instrumentos que serviram para o Brasil alcançar, mesmo de forma subordinada, algum nível de industrialização.
Esta ação é um atentado à soberania brasileira. Enquanto brincam de louvar a bandeira e fingem ser nacionalistas, o governo Bolsonaro e os militares, entregam um setor estratégico para grupos estrangeiros.
Qualquer país minimamente sério e que se preocupa com sua segurança, não entrega setores essenciais para mãos alheias. Complexos da indústria energética, de telecomunicações e outros mais, têm de estar com o Estado, integrando uma política de desenvolvimento e defesa antiimperialista, contra as intervenções dos países centrais, que atuam em parceria com as elites locais.
Este processo de privatização é mais um passo no caminho do aprofundamento da dependência e da dominação imperialista em nosso país que devemos combater.
Max Marianek
Graduado em História pela CUFSA Graduando em Biblioteconomia pela USP