A cada nova notícia, fica ainda mais explícito como o 8 de janeiro foi uma tentativa de golpe, que foi pensado e articulado em diversas instâncias. Além dos bolsonaristas, que protagonizaram as cenas de destruição em Brasília, havia um núcleo de financiadores, ligados a setores do agronegócio e de setores burgueses urbanos, que auxiliaram na movimentação desses grupos para realizar o atentado golpista.
Mas, mais importante ainda, foi a atuação dos militares. Notícias como a publicada pelo Washington Post, que afirmou que o general Julio Cesar de Arruda, comandante do exército, proibiu na noite do 8 de janeiro a prisão dos golpistas que se encontravam no acampamento em frente ao QG em Brasília, fornecem indícios preciosos desta ação.
Além deste fato descrito pelo Washington Post, todos nós , assistimos nos jornais a tolerância dispensada pelo exército aos acampamentos. Os comandantes militares inclusive lançaram nota no dia 11 de novembro defendendo as manifestações golpistas.
A atuação da polícia militar no Distrito Federal, comandando no dia 08 por Anderson Torres, ex-ministro da justiça de Bolsonaro, foi deplorável, mas também a atuação do batalhão estacionado no Palácio do Planalto, que permitiu a invasão. Por que houve esta postura? Lula em uma entrevista recente, declarou que havia sinais de que a porta do palácio não foi arrombada e que houve provavelmente colaboração de forças de segurança.
Por isso, mais do que nunca é necessário demitir José Múcio, ministro da defesa ligado aos interesses militares, que chegou a afirmar que as manifestações golpistas eram democráticas e que possuía parentes nos acampamentos.
Realizar uma profunda investigação sobre os apoiadores dessa tentativa de golpe, para que sejam presos o mais rápido possível, independente de posição e patente.
Max Marianek
Graduado em História pela CUFSA e funcionário público