Após a viagem de Lula à China, veio ao primeiro plano o debate da relação do Brasil com Pequim, sobre quais bases devem se assentar os vínculos entre os dois países, além do novo papel de protagonismo que a China vem ocupando mundialmente.
A China é neste momento uma potência em ascensão, alguns estudos já afirmam que ela ultrapassou os EUA em crescimento econômico, outros afirmam que falta muito pouco para o país ultrapassar a antiga potência ocidental.
Em todo o caso a China já é o principal parceiro econômico de mais de 130 países no mundo, ela está na fronteira do desenvolvimento do conhecimento e novas tecnologias, inclusive já superou os EUA no número de produção de artigos científicos. Sem dúvida ela é o novo polo dinâmico global.
O que torna o seu caso surpreendente é que a pouco tempo a China, antes da Revolução Comunista de 1949, era considerada um dos países mais pobres do mundo, com baixos índices de desenvolvimento humano. Por exemplo, a expectativa de vida antes da Revolução era menor do que 40 anos, hoje ultrapassa os 70 anos.
Para termos uma ideia, a China antes dos anos 60 era mais pobre que o Brasil e hoje houve uma inversão total, o país é uma potência mundial e o Brasil continua estacionado como produtor de produtos primários.
Obviamente neste artigo não temos espaço para tratar de todos os porquês (mesmo agora há um imenso debate sobre os diversos aspectos), mas um aspecto nos parece essencial para compreender esse crescimento: a Revolução Comunista de 1949.
Ela é o fato fundamental para entendermos todo esse desenvolvimento posterior, pois este fato histórico permitiu toda a reorganização do estado Chinês, substituindo as antigas classes que eram aliadas das potências estrangeiras que dominavam o país e estabeleceu um projeto de desenvolvimento de longo prazo e muito claro, a Revolução permitiu que o país realizasse todo esse processo com soberania e independência.
Max Marianek
Graduado em História pela CUFSA e funcionário público