Tragédia no Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul enfrenta uma emergência sem precedentes. As chuvas intensas que castigaram o estado tornam evidente que as crises climáticas não são apenas visões de um futuro distante, mas realidades palpáveis no presente. Isso reforça a necessidade urgente de uma transformação radical do atual modelo econômico e social, que é predador e destrutivo da natureza.

Além disso, torna-se extremamente necessária a defesa dos instrumentos de proteção ambiental, defesa civil e prevenção de desastres, juntamente com a estruturação de um planejamento econômico racional, tendo o estado como centro de atuação.

No entanto, o que vemos é o contrário. Na esfera estadual, a atuação do governador Eduardo Leite se aproxima de uma conduta criminosa. Antes das enchentes, Leite, indo na contramão do debate contemporâneo, destruiu as leis de proteção ambiental no Rio Grande do Sul, alterando mais de 400 artigos e flexibilizando-as. Os gaúchos, que eram vanguarda na proteção do meio ambiente, agora veem apenas a terra arrasada. Leite instituiu a autofiscalização por parte dos fazendeiros e empresários, liberou o uso de agrotóxicos e permitiu a destruição de matas nativas, entre outras medidas.

Além disso, o “queridinho da Globo” sucateou os órgãos que lidam com catástrofes e crises ambientais. Em 2024, por exemplo, Eduardo Leite reservou apenas 50 mil reais para a defesa civil comprar equipamentos, mesmo após um grave incidente climático em 2023. O governador mantém a constante tônica do dogma liberal: sucatear cada vez mais os serviços públicos e, depois, repetir o mantra de privatizar tudo.

Para completar, Leite criticou as doações que chegam de todo o país, alegando que elas estariam atrapalhando o comércio. Traduzindo: deixem os desalojados que perderam suas casas morrer de fome, sede e frio, pois o que importa é garantir lucros para os comerciantes em um momento de crise aguda.

Que este não seja o caminho escolhido para guiar a reconstrução do Rio Grande do Sul.

Max Marianek
Graduado em História
Funcionário Público