Por que Tite esconde Regina Maura?

Candidata a vice-prefeita indicada pela gestão Auricchio é esquecida na campanha de Tite Campanella

Escolher um vice-prefeito a altura do projeto eleitoral é muito importante. A pessoa indicada deve ser alguém de suma importância, que além de auxiliar no dia a dia nas questões do executivo, será quem se responsabilizará pela administração da cidade quando aquele que exerce o cargo de prefeito estiver ausente em atividades que exijam seu compromisso fora do município.

Nas eleições deste ano em São Caetano, um fato inusitado tem ocorrido com relação a isso. Entre todos os principais candidatos a prefeitura da cidade, apenas um tenta ao máximo esconder sua candidata a vice-prefeita: Tite Campanella. O candidato omite sua vice, Regina Maura Zetone, de fotografias lado a lado, nos materiais de campanha ela pouco aparece, e apenas uma pequena linha com seu nome é divulgado. Mas por que será?

Seus principais adversários demonstram admiração e confiança em seus vices. O Professor Rafinha e a Vivi que fazem a chapa do Psol, estão sempre juntos, assim como Fabio Palacio (Podemos) e Mario Bohm (Novo) participam de todos os eventos em conjunto, além de Jair Meneguelli (PT) e Sara Zanetti (PV) e a Malta Jones e Ana Paula Lotti, ambos do Mobiliza.

Mas as questões que fazem essa desunião dos candidatos indicados por Auricchio à sua sucessão já vem de longa data.

Algo que faz Tite Campanella enfrentar um dilema político significativo ao tentar ocultar a candidatura de Regina Maura em sua campanha. A rejeição que Regina enfrenta, especialmente em relação à sua atuação na área da saúde, é notória. Durante o período em que Tite atuou como prefeito interino, ele chegou a dispensar Regina devido a sua suposta incompetência no cargo. No entanto, por razões de conveniência política e imposição do prefeito Auricchio, Regina Maura foi forçada a ser a candidata a vice na chapa. Essa decisão evidencia a complexa dinâmica de alianças políticas e os desafios enfrentados na busca por apoio eleitoral, muitas vezes comprometendo a imagem pública e a eficácia da candidatura.

Além disso, na época em que Regina foi exonerada do cargo, uma série de indiretas com relação a liderança foram publicadas nas redes sociais da candidata a vice, o que deixou claro para a classe política que eram um recado direto à Tite Campanella.

Em caso de vitória da dupla Tite e Regina, não se sabe o que a população pode esperar, já que nem entre eles parece que há união, apenas a certeza de que, para José Auricchio, Regina é quem tem que estar lá.

Mas por que vice?

Tudo indica que o desejo de Auricchio ao colocar Regina Maura apenas como vice-candidata, é pelo seu desempenho a frente da Pasta da Saúde na cidade, considerada vitrine para o então prefeito, mas que vive uma desestruturação no atendimento a população, que reclama constantemente do atendimento precário conforme divulgamos semanas atrás em nossas páginas.

Soma-se a isso, o fato de Regina Maura sofrer forte rejeição por grande parte do eleitorado da cidade, e por já ter sido indicada a prefeita pelo mesmo José Auricchio, em 2012, quando sofreu uma das maiores derrotas nas urnas já vistas – no quesito sucessão em São Caetano -, quando teve apenas 34,81% dos votos válidos, contra 63,35% de seu adversário, o ex-prefeito Paulo Pinheiro.

Além disso, segundo comentários em bastidores políticos, Auricchio precisa de um nome que sustente seu legado na prefeitura, e que não tente desligá-lo do cenário municipal, algo que ele fez com seus aliados quando assumiu seu primeiro mandato na cidade, em 2005, e ele tem essa desconfiança sobre o que Tite pode fazer ao assumir a cadeira de prefeito de São Caetano.