Vereadoras de São Paulo denunciam SPObras por atropelar processos para avanço de obras que podem trazer prejuízos ambientais em São Paulo
O candidato a prefeito de Diadema pelo MDB, Taka Yamauchi, teve mais uma polêmica em sua gestão à frente da SPObras, empresa municipal ligada à Secretaria de Infraestrutura de São Paulo. A obra de prolongamento da Marginal Pinheiros foi denunciada pelo PSOL na Justiça e paralisada por ordem judicial por suspeita de irregularidades.
A Bancada Feminista do PSOL na Câmara Municipal acionou a Justiça para barrar o edital de licitação do projeto de prolongamento da Marginal Pinheiros, uma obra orçada em R$ 1,8 bilhão. O projeto, que inclui a construção de 8 quilômetros de novas pistas e viadutos na zona sul da capital, é alvo de críticas por seu impacto ambiental e pelas irregularidades detectadas no processo de licitação.
Segundo a denúncia, a gestão do então prefeito Ricardo Nunes e de Taka Yamauchi ignorou um projeto preliminar no valor de R$ 7 milhões, realizado pela empresa Consulterra Engenharia, e lançou uma nova licitação antes da conclusão dos estudos preliminares. A bancada do PSOL argumenta que esse modelo de contratação, similar ao utilizado nas obras da Copa do Mundo de 2014, já foi alvo de críticas no passado por sua baixa transparência e altos custos.
Taka é uma figura central nas decisões que levaram a esses problemas. Sua gestão foi marcada por diversas dispensas de licitação, uma prática que está sendo investigada pelo Tribunal de Contas do Município (TCM) por suspeitas de superfaturamento. Uma das principais acusações envolve a compra de equipamentos para planetários, cujos preços estariam inflacionados, gerando questionamentos sobre a lisura dos contratos firmados pela empresa municipal.
Ainda de acordo com a denúncia, a obra de prolongamento da Marginal Pinheiros desconsiderou série de aspectos técnicos. O projeto foi criticado por violar o Plano Diretor Estratégico e o Projeto de Intervenção Urbana (PIU) Arco Jurubatuba, que orientam o desenvolvimento sustentável da região. A obra, que avança sobre uma Zepam (Zona Especial de Proteção Ambiental), é vista como um retrocesso em termos de preservação ambiental. A bancada do PSOL, que lidera a oposição ao projeto, alerta que a impermeabilização das margens dos rios pode intensificar os problemas de drenagem urbana, agravando as enchentes que já são frequentes na cidade de São Paulo.
Apesar das alegações de que o prolongamento da Marginal Pinheiros traria melhorias para a mobilidade urbana, com novas interligações viárias, construção de pontes e ciclovias, as irregularidades no processo de licitação e o impacto ambiental gerado por essas obras tornaram o projeto um foco de críticas e oposição.