Vídeo mostra suposta compra de voto de candidato do Taka

Na fila para entrega de leite, o candidato a vereador derrotado Companheiro Sérgio, ex-líder de governo do ex-prefeito Lauro Michels, pede que beneficiários votem no 15, número do Taka

Vídeo registrou na manhã desta quinta-feira, dia 24 de outubro, ação que pode ser entendida como compra de voto para o candidato a prefeito de Diadema Taka Yamauchi (MDB). O registro, feito na Rua Pero Lopez de Souza, nº 243, mostra o candidato a vereador derrotado Companheiro Sérgio (PP) conversando com pessoas que aguardavam para receber leite, por meio do programa Viva Leite, do governo do Estado. A gravação registra o momento em que Companheiro Sérgio, vestido com a camisa de Taka, fala para uma mulher “domingo é 15, viu?”.

Confira o vídeo aqui.

A prática é vedada pela Lei Eleitoral e pode ensejar na impugnação da candidatura de Taka Yamauchi. A resolução do Tribunal Superior Eleitoral nº 23.735, de 27 de fevereiro de 2024, que dispões sobre os ilícitos eleitorais, prevê em seu capítulo V, artigo 15, inciso IV, “fazer ou permitir uso promocional, em favor de candidata, candidato, partido político, federação ou coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de natureza social custeados ou subvencionados pelo poder público”.

Essa não é a primeira situação que coloca a candidatura de Taka Yamauchi sob risco de impugnação. Representação protocolada na Justiça Eleitoral pede cassação do registro de candidatura de Taka por abuso de poder econômico pelo fato de omitir as despesas feitas durante a campanha.A dois dias do primeiro turno das eleições municipais, Taka não declarou nenhum gasto eleitoral. Porém, nas ruas de Diadema, é possível ver windbanners, faixas, placas, carros de som, pessoas contratadas para panfletar e segurar bandeiras, entre outras ações de divulgação da campanha.

A representação judicial computou a existência de ao menos 382 windbanners, cujo valor unitário é de R$ 137, outros 45 caminhões de som. Há também a comprovação de distribuição de ao menos 39.500 panfletos, de locações de espaços para montagem de comitê, confecção de adesivos e até mesmo gastos com impulsionamento de conteúdo nas redes sociais.

Há ainda suspeitas de uso de estrutura da Prefeitura de São Paulo, como carros oficiais, para a campanha de Taka em Diadema – Taka foi presidente da SPObras, autarquia da Prefeitura paulistana, antes de se desincompatibilizar do cargo para concorrer às eleições.