A chegada de Neymar ao Santos não apenas elevou o nível técnico do futebol brasileiro, mas também reacendeu debates sobre a qualidade dos gramados, das bolas utilizadas e, principalmente, da infraestrutura dos estádios. A Vila Belmiro, casa do Santos, se tornou um dos centros dessas discussões, devido à sua capacidade limitada e estrutura tradicional.

Atualmente, o estádio santista comporta 20.360 torcedores. Em comparação com outros clubes da Série A de 2025, sua capacidade supera apenas a do Estádio Municipal José Maria de Campos Maia, casa do Mirassol. Mas, afinal, quais são as regras para que um estádio seja considerado apto a receber jogos profissionais?
Dimensões mínimas exigidas para um estádio profissional
Os critérios para a homologação de estádios variam de acordo com as competições e as entidades reguladoras. No Brasil, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) é responsável por definir as diretrizes para os campeonatos nacionais, enquanto a FIFA regula torneios internacionais, como a Copa do Mundo.
No que diz respeito ao tamanho do campo de jogo, a FIFA determina que os gramados devem ter entre 100 e 110 metros de comprimento e 64 a 75 metros de largura.
Para competições da CBF, os padrões são semelhantes, com medidas mínimas de 105 metros de comprimento por 68 metros de largura, exigidas para jogos das Séries A e B do Campeonato Brasileiro.
Além do gramado, as arquibancadas e demais instalações também precisam seguir normas para garantir segurança e conforto ao público. A CBF exige que estádios que recebem partidas da Série A tenham pelo menos 10 mil lugares, enquanto a Série B requer no mínimo 5 mil lugares.
Infraestrutura e exigências de segurança
O tamanho do estádio não é o único fator considerado na homologação de uma arena para competições oficiais. Aspectos como acessibilidade, segurança e qualidade da estrutura também são avaliados.
A legislação brasileira estabelece diretrizes para a construção e modernização dos estádios, garantindo que atendam a normas de segurança, evacuação e acessibilidade. A Lei Geral do Esporte (Lei nº 14.597/2023), por exemplo, estabelece que arenas esportivas devem contar com saídas de emergência sinalizadas, brigadas de incêndio e acessibilidade para pessoas com deficiência.
Além disso, há regulamentações específicas para a proteção dos torcedores, como o Estatuto do Torcedor (Lei nº 10.671/2003), que obriga os clubes a garantirem conforto, higiene e segurança nos estádios.
Capacidade mínima e sua influência nas competições
A capacidade dos estádios varia conforme a importância do campeonato. Para partidas da Copa do Brasil, os estádios precisam acomodar pelo menos 10 mil pessoas em jogos de fases iniciais e 15 mil na fase final.
Já para torneios da CONMEBOL, como a Libertadores e a Sul-Americana, a exigência mínima é de 20 mil lugares na fase de grupos e 30 mil nas finais.
Um exemplo recente de adaptação para atender a esses critérios ocorreu com o Estádio Nabi Abi Chedid, do Red Bull Bragantino. Originalmente com capacidade para 17 mil torcedores, o clube investiu em melhorias estruturais para atingir os 20 mil lugares exigidos pela CONMEBOL.
A importância da iluminação para o campo de futebol
Além do tamanho e da capacidade, outro fator essencial para a homologação de estádios é a iluminação. Para competições nacionais e internacionais, a CBF e a FIFA exigem que os estádios possuam sistemas de iluminação adequados para transmissões noturnas e boa visibilidade para jogadores e árbitros.
Os refletores para campo de futebol devem atender a um nível mínimo de 800 lux para jogos nacionais e 1.500 lux para partidas internacionais. Arenas como o Maracanã e a Neo Química Arena já passaram por modernizações para se adequarem a essas normas, garantindo iluminação uniforme e evitando sombras no gramado.
Impacto da modernização dos estádios no futebol brasileiro
O cenário atual do futebol brasileiro mostra que os clubes vêm investindo na modernização de suas arenas para atender às exigências da CBF, da FIFA e da CONMEBOL. Está cada vez mais comum ver projetos de reforma e ampliação para oferecer mais conforto ao torcedor e melhorar a experiência de jogo.
Exemplos como Allianz Parque, Arena MRV e Arena Castelão demonstram que a infraestrutura pode impactar diretamente a arrecadação dos clubes, seja por meio de bilheteria ou pela valorização do espetáculo.
No futuro, a tendência é que cada vez mais estádios passem por adaptações para atender aos padrões internacionais e garantir um futebol mais competitivo e seguro no Brasil.