Aumento da Agressão Estadunidense na América do Sul

Para aqueles que consideravam o imperialismo uma categoria, “demodê”, “ultrapassada”, a realidade atual serve como um tapa na cara.

Os EUA têm ampliado sua presença militar no Mar do Caribe, próximo à Venezuela, com diversos navios, tropas, aviões – inclusive B-52, capazes de realizar bombardeios atômicos – e um submarino nuclear. Além disso, Trump autorizou expressamente a CIA a derrubar o governo venezuelano.

Sob a falsa justificativa de combater o narcotráfico vindo da Venezuela – que nunca foi um grande produtor ou exportador de drogas -, os EUA pressionam militarmente o governo de Nicolás Maduro. No entanto, o verdadeiro objetivo é derrubá-lo para controlar o petróleo do país, que detém as maiores reservas do mundo.

Não podemos esquecer que os EUA são o mesmo país que invadiu o Iraque, destruindo-o e causando centenas de milhares de mortes, com base em um esquema de corrupção e na mentira deslavada de que Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa – armas essas que nunca foram encontradas. Por isso, não se deve dar crédito a uma única letra do discurso estadunidense.

A questão é que, diante do novo cenário global e do crescimento constante da China, os EUA se sentem ameaçados em seu papel hegemônico e desejam fortalecer o controle sobre as áreas que consideram seu “quintal” ou “zona natural de influência”.

Não há mais espaço para máscaras de autonomia, os norte-americanos desejam agora a subordinação escancarada dos países latino-americanos.

Primeiro, os EUA ameaçaram o Panamá com intervenção militar caso o país não cortasse relações com a China. Mesmo com a total concessão panamenha, um acordo foi assinado que legitima, novamente, a ocupação por tropas estadunidenses. Agora, é a vez da Venezuela.

Além disso, há o Prêmio Nobel da Paz concedido à líder oposicionista Maria Corina Machado, que defende abertamente uma intervenção militar dos EUA contra seu próprio país. Esse prêmio serve como justificativa e “salvo-conduto” para uma operação norte-americana, permitindo que se apresentem como “defensores dos direitos humanos”.

Portanto, independentemente do que pensamos sobre o governo de Nicolás Maduro, todas as forças políticas do Brasil devem opor-se a qualquer intervenção militar dos EUA na Venezuela. Isso significaria a violação da soberania de um país vizinho e uma ameaça a todos os países sul-americanos – especialmente ao Brasil, que os EUA sempre enxergaram como um potencial adversário no continente, devido à nossa força demográfica, territorial e econômica.

E recordemos as palavras do saudoso Brizola em entrevista ao Roda Viva em 1989: “Onde está a CIA no Brasil?”

Max Marianek
Graduado em História
Funcionário Público