São Caetano do Sul registrou 30 novos empregos com carteira assinada no mês de novembro, segundo dados do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), divulgados nesta terça-feira (30) pelo Ministro Luiz Marinho do Ministério do Trabalho e Emprego do Governo Federal.
Os dados foram organizados e analisados por Bruno Castro, professor de gestão do Centro Paula Souza e pesquisador convidado do Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura da USCS.
A pesquisa de monitoramento do mercado de trabalho formal na cidade de São Caetano do Sul serve como um termômetro para compreender o perfil e a dinâmica das admissões e demissões dos respectivos setores econômicos no município, sendo essencial para orientar políticas públicas, sindicatos, investimentos privados e estratégias de desenvolvimento na cidade, explica o professor.
São Caetano registrou no mês de novembro 5.089 admissões, 5.059 desligamentos, saldo positivo de 30 novos empregos formais, totalizando um estoque de 121.362 empregos de carteira assinada.
O setor de serviços registrou um saldo positivo de 230 empregos formais, seguido pelo setor do comércio, que apresentou um saldo positivo de 147. Já o setor da indústria apresentou um saldo negativo de 47, seguido pelo setor da construção, que apresentou um saldo negativo de 300 empregos formais.
No saldo por sexo, a criação de empregos formais foi impulsionada pela mão de obra feminina. As mulheres responderam por um saldo positivo de 172 empregos formais, enquanto os homens registraram um saldo negativo de 142.
No saldo por escolaridade, o grau de fundamental incompleto foi o principal motor da empregabilidade no mês de novembro, com um saldo positivo de 105, seguido de ensino médio incompleto, 58. Já o ensino superior apresentou destruição de 25 postos de empregos formais.
No saldo por faixa etária, a juventude continua sendo o principal vetor do crescimento. O dado proeminente é a concentração de vagas na faixa de 17 a 24 anos, que registrou um saldo positivo de 180 empregos formais.
Entre novembro de 2024 e novembro de 2025, o mercado de trabalho no município reverteu sua trajetória de destruição para criação de empregos, resultando em 411 novos empregos formais.
A melhoria foi impulsionada principalmente pelo crescimento das admissões, que passaram de 4.590 em novembro de 2024 para 5.089 trabalhadores em novembro de 2025 (o maior da série histórica de novembro), registrando um aumento de 499 trabalhadores (+10,87%). Em contraste, as demissões cresceram modestamente e passaram de 4.971 em novembro de 2024 para 5.059 em novembro de 2025, um aumento de 88 trabalhadores desligados (+1,77%), explica o professor.
No acumulado de onze meses, foram registradas 63.742 admissões, 59.690 desligamentos e um saldo positivo de 4.052 novos empregos formais. Já o saldo acumulado dos últimos 12 meses (de dezembro de 2024 até novembro de 2025) é de 2.583 empregos formais.
“Os 30 empregos de novembro merecem reconhecimento, é fato. Mas convida-nos a refletir: enquanto a indústria recua e os postos de trabalho de ensino superior são destruídos, crescem ocupações em setores que avançam com precarização por meio de terceirização, perda de direitos, baixos salários e alta rotatividade. Jovens e mulheres preenchem os postos, mas em que condições? Criamos empregos, sim. Mas qual desenvolvimento construímos com essa trajetória?” Indaga o professor Bruno Castro.