Prefeitos querem furar bloqueio

Samuel Oliveira

Samuel Oliveira

3 de Abril

Isso mesmo. Depois de todos os prefeitos ligados ao Consórcio Intermunicipal assinarem protocolo de quarentena a alguns dias atrás, dois deles querem furar o bloqueio e abrir todos os comércios de suas respectivas cidades. Isso aconteceu depois das falas do presidente Bolsonaro incentivando a população não seguir as diretrizes de governadores, no caso o de São Paulo João Doria. Estão até fazendo enquete, usando a rede social do Consórcio, onde os dois prefeitos são presidente e vice. Essa medida é correta e aprovado por todos os prefeitos, ou teria que ter autorização do colegiado. Os prefeitos Gabriel Maranhão (Cidadania, Rio Grande da Serra) e Lauro Michels (PV, Diadema) – serão eles responsabilizados caso ocorram mortes pela pandemia em suas cidades, por terem incentivado o abandono da quarentena, igual o presidente pode sofrer sanções políticas caso sejam aceitas as ações impetradas no Supremo? – Quem sabe mudem de postura.

Volta atrás…

O prefeito Gabriel Maranhão, de Rio Grande da Serra e presidente do Consórcio, voltou atrás em sua decisão e não vai mais quebrar o isolamento sem uma base técnica, disse que foi mal interpretado, o que não deve ser verdade porque lançou enquete na rede social juntamente com o prefeito de Diadema. O mais provável, é que o colegiado deva ter pressionado o prefeito a mudar de ideia, não há outra explicação.

Em tempo…

Em vez do vice-presidente do Consórcio, prefeito Lauro Michels, ir contra as diretrizes da Organização Mundial da Saúde e do Governador João Doria quanto ao isolamento da população para tentar controlar a pandemia no Estado, deveria sim é providenciar aos funcionários públicos de sua cidade, equipamentos mínimos para resguardar a saúde de seus colaboradores que atendem a população, o que não está sendo feito. Ação civil coletiva foi protocolada pelos servidores públicos da área da saúde de Diadema na justiça, para que Lauro cumpra com sua obrigação.

Via Varejo enrolada?

Tanto as Casas Bahia quanto a rede Ponto Frio, estão enroladas financeiramente depois de divulgado o último balanço pela Via Varejo, que controla as duas empresas. São 1,4 bilhões de reais de prejuízo e 1,19 bilhões em fraude fiscal, de acordo com a Comissão de Valores Mobiliários, por se tratar de empresa de capital aberto. O questionamento da fraude fiscal feito pela CVM foi feito depois que o presidente da Via Varejo fez declaração de fato irrelevante a situação das empresas, o que gerou o questionamento. Declarações de empresas no CVM só são de fato relevantes, se o fechamento das lojas físicas estaria comprometendo o faturamento das empresas por causa do coronavírus. As empresas comunicaram ao mercado de capital, que as informações não deveriam ser feitas por não tratar de relevante. Lembrando que a fraude fiscal se refere a processos trabalhistas decorrentes do ano de 2019.

Que fale sozinho!

Os jornalistas que aguardam o presidente Bolsonaro, todos os dias na entrada do Palácio do Planalto, deveriam não mais estar ali, e deixá-lo sozinho com sua plateia de meia dúzia de gatos pingados que ali estão todos os dias para aplaudir as baboseiras que fala sobre a situação do país. Defendo essa atitude porque não há sentido, os jornalistas estarem ali para prestar um serviço a população, e o presidente como sempre, tratar todo mundo que não seja de seu partido, familiares e seguidores, com falta de respeito peculiar seu, desde os tempos em que era deputado estadual pelo Estado do Rio de Janeiro. Esperar para falar com ele sobre problemas brasileiros é perda de tempo, visto que o presidente já declarou que não gosta da imprensa, a não ser aquela praticada por ele, que é atroz e desprezível para muitos. Fica a dica!

Depois de passar uns tempos na cadeia…

Parece que o prefeito de Mauá, Atila Jacomussi, aprendeu a administrar a sua cidade e cuidar um pouco melhor de sua população carente e principalmente a área de saúde que atende boa parte dos munícipes. De uns tempos para cá, Atila, se acertou com a Sabesp – (será), com os equipamentos de segurança que estavam emprestados da prefeitura de São Bernardo e até com a Fundação do ABC, ganhou créditos. O prefeito bem que poderia pagar seus credores também, assim ficaria de bem com todo mundo, afinal estamos todos em crise. Uma temporada na cadeia parece que fez bem ao prefeito, colocou as ideias em ordem, mas ainda, deve a justiça porque suas detenções foram por causa da Operação Prato Feito da Polícia Federal, operação que investiga desvio de verbas públicas na compra de merendas escolares. Aí a história vai longe, é o que parece!

Frase da Semana

“Bolsonaro é hoje o único líder que ignora completamente a recomendação científica e tem sido tratado como um pária por causa disso”, afirma o professor de política internacional da Fundação Getúlio Vargas, Guilherme Casarões

Samuel Oliveira

Samuel Oliveira

Jornalista e conta o que de melhor (ou pior) acontece nos bastidores da política da região do ABC.