Antes, a pivô de 17 anos e 1,91m passará por um período de treinamento junto com outras 17 jogadoras; deste grupo, somente 12 seguirão para a disputa
A jogadora de basquete Bianca Araújo da Silva tem uma história de superação por meio do esporte. O jeito tímido de menina de apenas 17 anos esconde um passado de dificuldades. Em 2007, com 11 anos, era catadora de materiais recicláveis ao lado da mãe e de cinco irmãos. Hoje, já se consolidou como integrante do time adulto de Santo André e acaba de ser convocada para defender a seleção brasileira no Sul-Americano Sub-17 de Basquete Feminino, que será realizado em outubro, no Equador.Primeiramente, a atleta passará por um período de treinamento – de 25 de setembro a 17 de outubro, em Santa Bárbara D’Oeste (SP) – junto de outras 17 jogadoras. No entanto, somente 12 serão inscritas no torneio e viajarão para o exterior. “Estou determinada a treinar forte para estar no grupo definitivo”, afirma Bianca. As escolhidas partem para o país sede da competição no dia 18 de outubro, e jogam dos dias 21 ao 27 do mesmo mês.
O SONHO – Ao contrário do discurso do que buscam muitos esportistas em ascensão, as ambições de Bianca vão além da fama e até mesmo do sucesso dentro de quadra. A pivô não se esquece da origem humilde e de quem sempre teve ao lado. “Meu maior sonho é poder dar um futuro melhor para minha mãe e meus irmãos. E o basquete pode me dar isso”, compartilha. Sem a presença do pai, a responsabilidade pelo sustento da casa ficou dividida entre os demais integrantes da família.
A atleta, de 1,91m de altura, começou a jogar há apenas quatro anos e sem nenhuma pretensão, levada ao Complexo Esportivo Pedro Dell’Antonia por um amigo. “No começo eu nem queria jogar. Faltei no teste e dei uma desculpa qualquer. Então marcamos novamente numa sexta-feira. Vim, fiz o treino e deu tudo certo.” A jogadora foi prontamente acolhida pela comissão técnica do basquete de Santo André e, aos poucos, a relação com o esporte ficou mais próxima. Ela se tornou indispensável. “O sucesso da Bianca é motivo de uma imensa alegria para nós. Ela chegou devagar, acreditou no trabalho e conseguiu alcançar os objetivos dela e os nossos”, avalia a supervisora técnica do time, Arilza Coraça.
DAS RUAS DE SANTO ANDRÉ AOS GINÁSIOS DO MUNDO – Se confirmada entre as 12 escolhidas, Bianca disputará a terceira competição internacional da carreira. Em 2011, a pivô jogou o Sul-Americano Sub-15, também em quadras equatorianas. Na ocasião, o Brasil foi campeão invicto, após bater Chile, Peru, Uruguai, Colômbia, Equador, e novamente a seleção chilena, por 74 a 42, na final. No último ano, jogou o Mundial Sub-17, na Holanda, quando a seleção ficou na 11ª posição.
A meta pessoal da determinada atleta é, junto com as demais, estar entre as três melhores equipes do torneio. “Quero trazer uma medalha para casa e buscar o título”, revela.