“O mapa da violência 2014, divulgado recentemente que reúne dados do sistema de vigilância em saúde do ministério da saúde referentes a 2012, deram a exata dimensão da trágica realidade brasileira: O país quebrou o recorde anual de mortes provocadas principalmente por crimes e acidentes de transporte, atingindo o expressivo montante de 56 mil óbitos, o maior número registrado desde que o levantamento passou a ser realizado em 1980.
O relatório também constata o aumento da taxa de homicídios que alcançou o patamar mais elevado da história, com 29 casos por 100 mil habitantes, números muitas vezes superior ao índice considerado “não epidêmico” pela organização mundial da saúde de 10 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes.
As maiores vítimas desse quadro horrendo, assim como ocorreu em anos anteriores, são os jovens na faixa compreendida entre 16 e 24 anos. Vivemos assim, literalmente em um cenário de guerra urbana sob a complacência de uma população indignada e acuada e, o que é pior cada vez mais habitada a vivenciar sem indignação as atrocidades presentes na vida cotidiana.
A qualificação da violência a deixa mais do que clara a urgente necessidade de reiniciar profundas reformas na estrutura da segurança pública, que incluem sobretudo a revisão do papel exercido pela polícia, alterações no código penal e mudanças no sistema judicial e penitenciário, pois a sociedade brasileira não pode mais aceitar passiva a continuidade dessa barbárie sem exigir providências concretas das autoridades constituídas.
É imprescindível compreender que precisamos de mais escolas e menos presídios de mais professores e menos policiais, de mais oportunidades e menos desprezo à dignidade humana. Afinal a ninguém interessa manter uma guerra velada que, a qualquer instante e lugar continua vitimando inocentes. É fato que não podemos mais adiar, pois vivemos em plena guerra civil e, com muita violência.”