Para onde o governo Dilma está nos levando?

O atual quadro econômico brasileiro não deixa dúvidas que estamos em recessão. Apenas os que compõem o governo Dilma e o PT fingem ou se recusam a enxergar essa dura realidade. A situação é grave. Particularmente para a classe que vive de salários.

Dados do IBGE mostram que no Brasil até abril deste ano, a taxa de desemprego chegou a 8%. O maior índice nos últimos quatro anos.

Diante disso, faço aqui a seguinte pergunta: para onde o governo Dilma e o seu “Ajuste Fiscal” estão nos levando? Isto porque ao mesmo tempo em que a inflação corrói o poder de compra dos salários vão também desaparecendo as chances dos trabalhadores garantirem uma vaga de emprego.

No setor automotivo a produção de veículos caiu 14,5 % em abril, na comparação com março, segundo balanço divulgado em maio pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

No geral a taxa de desemprego de 12,1% na região do ABC Paulista é uma das mais altas no país. Entre março e abril deste ano foram fechados 23 mil postos de trabalho, de acordo com pesquisa mensal sobre emprego/desemprego da Fundação Seade/Dieese.

No setor metalúrgico de São Caetano do Sul o quadro é preocupante, mas por meio da nossa ação sindical estamos fazendo uso dos diversos instrumentos da negociação coletiva como forma de se evitar o pior. Nos últimos meses, 1.719 trabalhadores da empresa General Motors tiveram seus contratos de trabalho suspensos (sistema lay-off). Entre os dias 01 e 10/06 houve redução da jornada de trabalho com folgas remuneradas (sistema day-off) para 5.500 empregados que, de 11 ao dia 28/06/15, estarão em férias coletivas.

Além da luta em defesa dos empregos, o Sindicato dos Metalúrgicos, sob a minha presidência, está na linha de frente da batalha pelo fim do Fator Previdenciário – que já caiu na Câmara Federal – e em busca de outra fórmula menos onerosa aos que estão se aposentando ou pretendem se aposentar.

Por fim, mesmo enfrentando dificuldades iniciamos negociação junto à General Motors referente à participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados (PLR). Ação que está sendo feita em um momento de retração do mercado de veículos que esperamos seja passageira.

Todavia, possibilitará a injeção de milhões de reais na economia local e nacional de modo a ajudar no aquecimento do consumo e na geração de novos empregos.

O que mostra que os metalúrgicos de São Caetano possuem visão de conjunto e capacidade de ação na sua luta por um Brasil cada vez melhor.

*Aparecido Inácio da Silva é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul.