Devido ao grande número de animais não-castrados que continuam se reproduzindo nas ruas, atualmente temos um número exorbitante de bichos abandonados. Alguns são resgatados e mantidos aos cuidados humanos em Centros de Controle de Zoonoses (CCZs), ONGs ou sob tutela de protetores de animais independentes.
Muitos acabam passando a vida toda nesses lugares.
Ao adotar, além de contribuir com a diminuição do número de animais abandonados, o tutor ganha um companheiro e o pet ganha a oportunidade de viver fora das ruas, no conforto de uma casa para chamar de sua.
Porém, deve-se ter consciência de que a partir do momento que o animal é adotado ele passa a ser responsabilidade da pessoa que o levou. Assim, é dever dela zelar pelo bem-estar, mantendo o animal:
• Livre de fome, sede e má nutrição, fornecendo uma alimentação balanceada e adequada para a sua espécie, tamanho e idade, além de água fresca.
• Livre de dor, ferimentos e doença, levando-o a consultas periódicas ao veterinário.
• Livre de desconforto, mantendo-o protegido do frio, chuva, calor, barulho.
• Livre para expressar seu comportamento natural, respeitando suas necessidades próprias, sem humanizá-lo.
• Livre de medo e estresse.
Ao adotar um pet, deve-se considerar também alguns pontos, como o tempo que eles demandam. Você terá um horário livre para se dedicar ao novo amigo? Pets precisam de atenção e gasto de energia, com brincadeiras e passeios diários.
Você já se perguntou se tem condições financeiras para manter o bem-estar e necessidades do bichinho? Um pet despende gastos que envolvem o fornecimento de uma alimentação de qualidade, visitas periódicas ao veterinário, antiparasitários, banhos, local adequado para descanso (casinhas, toquinhas, caminhas), brinquedos, educação através do adestramento, para um melhor convívio do pet com a família, entre outros.
Quando o animal é adotado diretamente dos CCZs e ONGs, geralmente já vem castrado e com as primeiras doses de vacina e vermífugo. Caso você adote o pet diretamente das ruas, estes citados são procedimentos que você deve realizar para manter a saúde do mesmo em dia e evitar a procriação de mais animais.
Considerar o tamanho, a idade, a personalidade e o nível de energia que combinam com você, com a sua casa e com o seu estilo de vida é fundamental. Além disso, busque saber sobre o histórico do animal e se você terá paciência para lidar com possíveis problemas comportamentais.
Alguns pets podem apresentar atitudes conturbadas, mas lembre-se de que este animal pode ter passado por maus-tratos ou não ter tido uma sociabilização adequada, o que pode dificultar a adaptação dele à nova vida.
A ideia deste texto não é desestimular a adoção. Muito pelo contrário! É estimular uma adoção responsável.
Levando estes pontos em consideração, o futuro tutor do pet não ficará frustrado caso os primeiros dias não sejam da forma esperada, justamente por já estar ciente das responsabilidades que terá que arcar. Consequentemente, esse conhecimento prévio diminui o número de devoluções ou até mesmo de um novo abandono do animal, atos que podem fazer o bichinho se sentir rejeitado, causando traumas.
Adotar é um ato de amor, mas que deve ser feito com responsabilidade e consciência de que o pet não é um brinquedo e não pode ser descartado e substituído por outro.
Caso precise de ajuda na adaptação de um novo integrante na família, consulte um adestrador de sua confiança.
Tatiane Abe, adestradora e franqueada da Cão Cidadão